Amnistia acusa grandes marcas de lucrarem com trabalho infantil e forçado

Amnistia Internacional acusa grandes marcas de lucrarem com trabalho infantil e forçado nas plantações de um óleo que está em grande parte dos produtos que compramos no supermercado.

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Provavelmente nunca reparou, mas muitos produtos que se encontram nos supermercados têm na sua composição óleo de palma. Um óleo com origem numa lucrativa palmeira que tem ajudado a arrasar florestas tropicais em dezenas de países sul-americanos, africanos e asiáticos.

Um relatório da Amnistia Internacional acusa agora várias grandes marcas mundiais como a Colgate-Palmolive, Kellogg”s, Nestlé, Procter & Gamble, Reckitt Benckiser e Unilever de ganharem com a existência de trabalho forçado e de trabalho infantil na produção de óleo de palma.

A organização não-governamental de defesa dos direitos humanos entrevistou mais de uma centena de trabalhadores em duas ilhas gigantes da Indonésia que trabalham para uma empresa registada em Singapura, a Wilmar, que concentra 43% do mercado mundial de óleo de palma e o vende para muitas grandes marcas.

A representante da Amnistia Internacional em Portugal, Susana Gaspar, sublinha que, apesar de ter origens muito distantes, é certo que este óleo de palma produzido na Indonésia chega à Europa e também a Portugal.

Pelas suas características, o óleo de palma é usado em centenas de produtos de grande consumo como pastas de dentes, champôs, chocolates ou cereais… A lista é interminável.

O relatório da Amnistia tem por título “O grande escândalo do óleo de palma”.

A organização de defesa dos direitos entrevistou mais de uma centena de trabalhadores em Sumatra e Kalimantan (na Indonésia) e todos contaram a mesma história: trabalho sem condições, a dois ou menos euros por dia, com recurso a herbicidas que já foram banidos da União Europeia porque fazem mal à saúde.

O relatório aponta ainda casos concretos de trabalho infantil de crianças com idades dos 8 aos 12 anos que deixam a escola para ajudar os pais em trabalhos físicos altamente exigentes.

TSF