Certamente, o leitor lembrar-se-á da reportagem sobre a Caixa Solidária instalada na porta da Biblioteca Municipal de Cantanhede. O mentor da ideia em Cantanhede, Alexandre Fernandes faz, aqui, um pequeno balanço sobre quase um mês desta ação que tem ajudado a alimentar quem dela necessita e faz uso…
“Ajudar o próximo” é, antes de tudo, aquilo que moveu Alexandre Fernandes, um cidadão do Concelho que não se permitiu assistir as consequências nefastas da pandemia acontecerem na sua terra de braços cruzados.
“Esta é uma gota no oceano” assume Alexandre, mas nem por isso, por considerar que há muito mais por fazer, deixou de dar o seu contributo: agarrando numa caixa plástica e, com a anuência da Biblioteca, colocou-a na entrada, para que fosse visível a todos os que pudessem contribuir e os que precisassem de tão preciosa contribuição.
Como resultado, o que Alexandre Fernandes tem visto desde o dia 20 de Abril até agora, é algo que classifica como uma espécie de bênção por ver que o projeto vai sendo movido pela boa vontade de muitos. “Sinto uma enorme gratidão por ver pessoas doando o que tem para que aqueles que pouco ou nada têm possam encontrar, ali, algum alívio no seu dia a dia”.
A ideia vai alimentando pessoas e aumentando em quantidade. A Casa do FC Porto de Cantanhede também tem uma Caixa Solidária na sua frente e, a partir desta segunda-feira, 18 de Maio, quem quiser contribuir, também encontrar outra Caixa na portaria da Escola Básica Marquês de Marialva. Alexandre vê esta multiplicação de caixas com muito bons olhos: “Estou muito feliz por ver que a mensagem foi bem acolhida por quem entrega, por quem recebe e também, por aqueles que se predispõem a alargar a outros cantos da cidade, o projeto. Todas estas Caixas e outras que aparecerem serão sempre muito bem-vindas!” conclui.
Fica feito, assim, o balanço a quase trinta dias de uma Caixa que se diz Solidária na sua essência. Que ela se multiplique por bem mais que três em todos os cantos de Cantanhede, da região e do país. Muitos necessitam deste acto generoso para alimentar suas famílias… infelizmente. Mas, por conta de muitos Alexandres, Paulos, Miguéis, Manuéis, Joanas, Carlas, Sónias e tantos outros nomes que permanecem por detrás da cortina porque não querem estar sob os holofotes da fama, sempre haverá o desejo indelével de fazer o bem sem olhar a quem.
A todos eles, toda a comunidade tem uma dívida de gratidão…
Francisco Ferra / Jornal Mira Online