O canoísta português, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, já está em Portugal. Na chegada ao aeroporto de Lisboa foi recebido por uma multidão que o aplaudiu. Aos jornalistas, disse que só hoje é que teve noção da diferença entre ele e o atleta que venceu a prata e explicou o simbolismo da chupeta da filha no momento da subida ao pódio.
O atleta Fernando Pimenta chegou esta terça-feira ao aeroporto de Lisboa, após ter conquistado a medalha de bronze em K1 1000 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Apesar dos muitos que o esperaram e aplaudiram na chegada ao Aeroporto de Lisboa, é no Porto onde a família e os amigos estarão à sua espera.
“É com eles que quero estar e abraçar, principalmente a minha filha”, afirmou.
Se na partida para Tóquio, naquele mesmo local onde hoje falava aos jornalistas, tinha referido que a filha era “provavelmente a maior medalha”, esta terça-feira explicou o porquê de ter subido ao pódio e colocado a sua chupeta na boca.
Pimenta voltou a referir que a filha Margarida é que é a “medalha da sua vida” e que não queria “fazer só mais uma subida ao pódio, queria uma subida diferente”.
“Provavelmente ela vai orgulhar-se muito quando chegar à escola e falar de mim. O meu pai conquistou estes resultados, o meu pai conseguiu, o meu pai conseguiu superar-se”.
De seguida disse esperar que as suas medalhas pudessem inspirar os mais novos “para que encontrem o seu caminho e possam trabalhar para alcançar os seus objetivos”.
“Se não tivermos objetivos, não andamos cá a fazer nada”, lembrou.
“Sejam autênticos, procurem inspirações e pessoas de bem, com energia positiva. Quando estamos num núcleo com pessoas a perturbar, temos de tentar eliminar esse ruído que não ajuda em nada e focar nos objetivos da equipa”, é o conselho de Fernando Pimenta.
Rumo a Paris2024
Fernando Pimenta, de 31 anos, que se tinha sagrado vice-campeão olímpico em Londres2012, em K2 1.000 metros, ao lado de Emanuel Silva, terminou a prova de K1 1000 metros de Tóquio2020 em 3.22,478 minutos, apenas atrás dos húngaros Balint Kopasz, novo recordista olímpico, com 3.20,643, e Adam Varga (3.22,431).
“Só hoje percebi o quão perto estive da prata. Ainda estou a sentir o peso da medalha. Ainda não estou dentro da realidade. Ontem foi subir ao pódio, ir à conferência de imprensa, ir ao teste do doping, correr para a aldeia olímpica, fazer as malas e arrancar [para Portugal]”, disse aos jornalistas.
“É claro que fiquei feliz por esta medalha, andava a trabalhar para isso há muito tempo. No Rio de Janeiro fugiu, por motivos alheios a mim”, recordou.
“Ainda tenho muito a dar ao desporto nacional. Nunca estou satisfeito. Na minha cabeça quero sempre melhor, ser mais rápido na chegada à meta”, acrescentou.
Mas ainda quer mais: “O meu combustível é nunca estar satisfeito”.
E agora, rumo a Paris2024? “Se sou o atleta que sou hoje é porque tenho objetivos a curto, médio e longo prazo. A longo prazo tenho Paris. A curto prazo, em setembro, tenho o Campeonato do Mundo. Tenho de treinar de forma disciplina até lá. Mas até ao final da semana, o treinador já me disse que me dá rédea solta, não parar, mas sem pressão de bater tempos. Só depois dos campeonatos do mundo é que vou fazer o defeso, descansar e preparar a próxima época”.
Fonte e Imagem: Madremedia