Adolescentes usaram inteligência artificial para criar imagens eróticas de colegas e espalharam-nas pela internet

10.7.2024 –

Passou-se em Badajoz, Espanha. As vítimas eram colegas de escola dos rapazes. Os jovens, que têm entre 13 e 15 anos, foram agora condenados pela Justiça.

Quinze adolescentes, com idades entre os 13 e os 15 anos, foram condenados por terem espalhado na internet imagens eróticas falsas de colegas, criadas com recurso a inteligência artificial. O caso aconteceu em Espanha, no município de Almendralejo, em Badajoz.

Um tribunal em Badajoz condenou, esta terça-feira, os jovens por 20 crimes de criação de imagens de abuso de menores e 20 crimes de ofensa contra a integridade moral das vítimasinforma o jornal The Guardian.

Os adolescentes vão ficar em liberdade condicional e terão de frequentar aulas de formação em igualdade de género e uso responsável da tecnologia.

Ficou provado que os menores usaram aplicações de inteligência artificial para obter imagens manipuladas de outras menores, ao usar fotografias originais das caras das raparigas, publicadas por estas nos seus perfis nas redes sociais. Depois, sobrepuseram essas fotos a imagens de corpos femininos despidos e as fotos manipuladas foram então partilhadas em grupos de WhatsApp, aponta um comunicado do tribunal, citado pelo The Guardian.

A polícia começou a investigar o caso depois de denúncias dos pais das raparigas de que haveria fotos falsas das filhas a circular em grupos de WhatsApp.

“Foi um choque”, disse a mãe de uma das vítimas, em declarações à agência Reuters. “As imagens são completamente realistas.”

As raparigas terão “sofrido em silêncio” durante algum tempo, antes de o caso vir a público. “Elas sentiam-se mal, tinham medo de contar e de serem culpabilizadas pelo que estava a acontecer.”

“Muitas ficaram completamente aterrorizadas e tiveram tremendos ataques de ansiedade”, declarou a mãe de uma das jovens.

caso está a gerar debate na sociedade espanhola, com associações que atuam na área a apelar à reflexão sobre a necessidade de melhor educação sexual e educação para a igualdade de género nas escolas.

Rita Carvalho Pereira/SIC Notícias