Absentismo acima dos 20% preocupa empresários dos setores de vestuário e calçado

Os donos das fábricas consideram que não faz sentido exigir isolamento profilático a quem já tem a vacinação completa há mais de duas semanas.

O setor de vestuário e calçado receia falhar prazos de entrega devido a um absentismo acima dos 20%. Há trabalhadores com vacinação completa em isolamento profilático, uma situação que está a merecer duras críticas por parte dos empresários, adianta o Diário de Notícias. Já o Ministério da Saúde, questionado pelo DN, não deu resposta.

Se as empresas falham os prazos de entrega das encomendas, há penalizações a serem pagas aos clientes que põem em causa a recuperação do setor do vestuário e calçado. E, neste momento, com muitos trabalhadores em casa a cumprir isolamento profilático e com encomendas a chegar, os industriais temem não conseguir fazer as entregas a tempo. Há até clientes a cancelar pedidos.

Algumas empresas registam cerca de 20% de trabalhadores em falta devido ao crescimento de novos casos em concelhos como Santo TirsoBarcelosFamalicão e Guimarães.

Os donos das fábricas consideram que não faz sentido exigir isolamento profilático a quem já tem a vacinação completa há mais de duas semanas.

Em declarações ao Diário de Notícias, o presidente da ANIVEC, a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e ConfeçãoCésar Araújo considera um absurdo manter pessoas em casa e sublinha que a situação está a criar graves dificuldades às empresas.

No mesmo plano, Mário Jorge Machado, presidente da ATP – a Associação de Têxteis e Vestuário de Portugal -também critica a medida e defende que é melhor reforçar a testagem para que os trabalhadores fiquem no ativo.

No calçado também há queixas, com empresas a enfrentar um absentismo, que em alguns casos chega aos 25%. É o caso da Kyaia, o maior grupo de calçado nacional, com as cinco fábricas a registarem falta de trabalhadores.

Fonte oficial do ministério do Trabalho afirmou ao DN que as regras são da responsabilidade da Direção Geral da Saúde.

O gabinete de Ana Mendes Godinho sublinhou ainda que não receberam queixas por parte de empregadores, mas tanto a ANIVEC como a ATP garantem já ter feito chegar o desagrado ao ministério.

TSF