“As pessoas romantizam e glorificam o empreendedorismo. Em 90% do tempo, é horrível”. A frase veio de alguém que sabe muito bem do que está falando: Oscar Salazar, um dos co-fundadores do Uber, durante o evento de comemoração de 1 ano do Cubo, uma organização de networking mantida pelo Itaú e pela RedPoint. “Não é um trabalho fácil”, diz o mexicano que já morou em Paris (para estudar) e agora vive em Nova York. Pela experiência dos meus amigos que resolveram se aventurar por esse caminho, posso garantir que é exatamente assim. Bem difícil.
Pouco (ou nenhum) dinheiro entrando por muito (muito mesmo!) tempo tende a desanimar até os empreendedores mais empolgados. O próprio Oscar passou por isso. “Durante anos tive que morar em um apartamento horrível, sendo sustentado com o salário da minha mulher. Ela foi a minha primeira investidora”, brincou.
Quem queira se aventurar pelo empreendedorismo precisa encontrar uma forma de resolver um problema que pode mudar a sociedade de uma maneira positiva – ou encontrar uma forma de fazer algo de forma mais rápida e fácil. Essa criatividade sobra no brasileiro. O que falta é autoconfiança. “Os latinos precisam ser mais arrogantes, mas de uma forma positiva. Elas precisam acreditar nas próprias ideias e ir para onde for preciso para colocá-la em prática. Isso significa nem sempre seguir todas as regras”, diz.
Para ele, a cultura da América Latina não favorece os sonhadores, que se perdem nos seus projetos e acabam desistindo no meio do caminho. Para ajudar a criar um ambiente propício ao empreendedorismo, Oscar desenvolveu um sistema simples: sempre que alguém pede sua ajuda ou dicas para empreender, ele as dá, com a condição de que, quando a oportunidade chegar, esse empreendedor faça o mesmo por outros novatos. “Meu trabalho é ajudar pessoas a criar a companhias. E criar algumas também, enquanto isso”.
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