A uma semana das eleições, candidatos endurecem discursos. E Marcelo lidera

A uma semana das eleições, Marisa Matias, a candidata do Bloco de Esquerda, insiste que é tudo o que Marcelo Rebelo de Sousa não é. Mas a julgar pelas sondagens, os portugueses querem mesmo alguém como Marcelo.

O candidato do PSD vai destacado na frente e continua também a ser o alvo preferido dos seus adversários. Já lhe chamaram “cata-vento” e o candidato Edgar Silva diz mesmo que Marcelo “é um conspirador-mor que procurou sempre derrubar tudo e todos”. Edgar Silva, que é apoiado pelo PCP, foi também duro com o Governo de António Costa, dizendo que o mesmo não é de esquerda. Mas o mais duro com os partidos do bloco central é Paulo Morais: “Os acordos de regime que envolvem PS e PSD já nós os temos tido. Chama-se corrupção”, disse numa entrevista o candidato independente.

1 Marcelo, o vencedor anunciado?
Ainda a sua candidatura não era oficial e já muitos diziam que seria o próximo Presidente da República. A popularidade trazida por anos e anos de comentários na televisão pública, aliada à simpatia do professor, fazem dele o candidato mais popular e uma espécie de vencedor pré-anunciado. Não há sondagem que não lhe dê a vitória, apesar de a campanha o ter feito perder terreno face aos adversários. Partiu com mais de 60% das intenções de voto na maioria das sondagens, mas quando falta uma semana para a ida às urnas, são já algumas as que lhe dão pouco mais de 50%. Números que, ainda assim, dão uma vantagem confortável face aos restantes adversários, já que os que estão mais próximos não chegam a 20%. No fim-de-semana, Marcelo, que dispensou cartazes e só agora teve apoio público e claro do líder do PSD, Passos Coelho, admitiu estar já desejoso que a campanha acabe e mostrou-se convicto de que a vitória já não lhe escapa no próximo domingo.

2 Nóvoa, o candidato que outrora foi de Costa
Foi lançado na corrida por António Costa, que apareceu ao seu lado, mas rapidamente se arrependeu. O agora primeiro-ministro voltou atrás na palavra e disse que, afinal, não tinha um candidato preferido, depois de já ter dito em público que Nóvoa era o candidato do PS. Ao contrário de Costa, o reitor não voltou atrás e seguiu em frente mesmo sem o apoio de todo o partido. Maria de Belém tem razão: poucos o conheciam antes de se ter lançado na corrida presidencial. Ainda assim, é ele o primeiro dos últimos, ou seja, o que está mais perto – ainda que longe – de Marcelo. E foi também ele quem mais luta deu ao candidato do PSD, que perdeu claramente o debate televisivo (e a paciência) com Nóvoa.

3 Maria, o “currículo jeitoso”
Maria de Belém apareceu quando já havia um candidato do PS na corrida, dividindo as hostes socialistas – algo que só ajuda Marcelo. No entanto, não há dúvida de que é uma cara muito mais conhecida do que Sampaio da Nóvoa e que, em teoria, seria ela quem mais mossa poderia fazer no candidato do PSD. A campanha não foi brilhante – nenhuma foi nestas presidenciais – e foi até acusada de andar a “fugir da rua”. No fim-de-semana, lá apareceu na rua, em Valongo e em Coimbra, onde aproveitou para atacar não só Marcelo, mas também Sampaio da Nóvoa. Foi em Coimbra que os estudantes lhe dedicaram um fado e onde ouviu um dos apoiantes dizer que, ao contrário do outro candidato socialista, ela “tem um currículo jeitoso”. Um currículo que ela própria não se cansa de referir, falando várias vezes na campanha de tudo o que já fez ao longo da carreira política. No fim-de-semana deixou também duras críticas a Nóvoa, depois de este ter pedido o seu apoio, perante as sondagens que o dão em segundo lugar, atrás de Marcelo “Eu não apareci só há quatro anos porque alguém me proporcionou ter feito uma intervenção numa qualquer realização pública”, disse Maria.

Fonte: economico