18.10.2023 –
Anabela Reis Moreira é mulher de palavra fácil: tanto a escrever como a conversar, muito se aprende com essa eclética escritora…
Anabela nasceu em Lousada, tem 46 anos de idade, um “amor profundo” pelo filho de pouco mais de dois anos e é apreciadora de Pablo Neruda e Tom Jobim, dentre outros “génios da arte”. Já esteve 4 vezes no Brasil, residiu nos Estados Unidos, na Bélgica e em Angola. Mas, a escritora que vai fazendo o seu percurso com o mesmo à-vontade com que vive a vida – cheia de energia – encontrou, numa casa gandaresa, quase no limite entre Mira e Portomar, o seu “porto seguro” para desenvolver sua atividade profissional, com uma qualidade de vida que se coaduna com a sua personalidade.
“Leio todos os dias” assume, porque “ler é a minha companhia e aprendo muito com a leitura” confessa essa apaixonada escritora que é formada em Direito pela Universidade de Coimbra e Mestrada em Justiça Social, onde foi Colaboradora do Centro de Direitos Humanos e lecionou como Assistente, Direito do Trabalho.
Mulher marcadamente com ideias de centro-esquerda, “algures entre o socialismo e o liberalismo”, talvez esteja aí, um dos motivos que a levou a trabalhar na ONU durante 2 anos em New York, África do Sul e Indonésia, onde conheceu realidades díspares que se tornaram, claro, uma inesgotável fonte de conhecimentos que, de uma forma ou de outra, foram sendo introduzidas nos livros que já escreveu.
Anabela reis Moreira é daquelas pessoas de trato gentil, sempre acompanhado por um sorriso com o qual mostra que, “apesar dos naturais obstáculos que a vida nos coloca, podemos ser o que quisermos”. Porém, afirma que deve ser sempre da necessária atitude porque, “sem ela, tudo é somente sonho e utopia”.
“Escritora fantasma” em 17 livros, essa “portista de gema” e “eternamente interessada em mitologia”, até ao momento já escreveu, em nome próprio, 4 livros para crianças e 5 estão na calha, para serem editados numa antologia, a breve trecho. Escreve para crianças, neste momento, porque acredita ser possível, desta forma, “consciencializar, dentro do possível a próxima geração, mostrando-lhes que a dignidade humana deve ser respeitada em todos os momentos… e, aí, incluo coisas tão básicas como todos terem o que comer, terem direito a uma habitação digna e uma saúde verdadeiramente bem tratada. São coisas que nunca devem faltar ao ser humano!”
Anabela Reis Moreira já trabalhou no Grupo Renascença, “a rádio é um meio incrivel”, é coach e psicóloga. Se atentarmos bem ao seu currículo, percebe-se, claramente, um lado humanístico que se interliga entre tudo o que já realizou e vai realizando. A mesma mulher que assume “ser uma terapia, a escrita” foi – e continua a ser – uma pessoa apaixonada pela liberdade de expressão e um angustiado ser humano por ver o mundo ser “tantas e tantas vezes, tão obscuro”. Para ela, a expressão “sou como sou, as pessoas têm de me aceitar assim” é a “coisa mais estúpida do mundo!” pois não podemos esquecer que a nossa liberdade termina onde começa a do outro.
Profunda nas suas convicções, Anabela Reis Moreira não enjeita, de modo algum, a opinião alheia, pois ela acredita piamente que em algum lugar, podemos encontrar, no que os outros pensam, uma forma de crescermos como seres humanos.
Alguém, um dia, já disse que “De todos os ensinamentos, podemos retirar alguma coisa que nos transforme” e essa afável senhora que um dia escolheu Mira para morar, parte do princípio que nada é imutável, nem ninguém é dono de toda a verdade. O que ela quer, mesmo, é ver o mundo que deixará ao seu filho e, quiçá, aos seus netos, um pouco melhor que aquele com que um dia se deparou. Afinal, para pessoas como Anabela Reis Moreira, viver a vida condignamente é uma forma de celebrarmos a nossa existência…
Jornal Mira Online