25.8.2024 –
Quem pensa que os Ranchos irão morrer com os seus intérpretes, está (muito) enganado!
Quatro Grupos (Cercal – Soure, São Salvador de Monte Córdova – Santo Tirso, Pias – Ferreira do Zêzere e Portomar) ocuparam boa parte da programação de sábado e deixaram, como as outras atividades, muito boa impressão. Tão boa, que fica a certeza que as crianças são o futuro do mundo e, também, da continuidade de uma cultura popular que não tem de estar condenada!
Elas, as crianças, eram bastantes e eram os rostos que muitos verão a dançar como gente grande não tarda muito. Dêem-se a elas o poder de juntar-se e participarem… elas não defraudarão as expectativas!
O “Prato Principal” do dia
Enquanto alguns ainda ingeriam um jantar suculento no Restaurante das Festas, muitas outras pessoas já estavam a apreciar a capacidade de dissertação, e a absorver da memória impecável e da exuberante maneira de fazer uma apresentação, sem nunca substituir-se aos artistas, como os que desfilaram, ontem a noite, durante o Festival do Folclore!
Homem de altíssima cultura, ligado aos ranchos e grupos etnográficos desde há muitas décadas, Miguel Almeida engrandeceu sobremaneira a noite de Portomar, dando quatro verdadeiras aulas de Cultura Popular – uma por cada Grupo participante!
Quer conhecer a história da vida de antigamente, onde as pessoas se reuiniam para os bailaricos depois da árdua tarefa diária? É só perguntar ao viseense Miguel Almeida: ele trata por tu à essa cultura que bem merece nunca morrer e faz qualquer pessoa apaixonar-se pelo que está a aprender com ele…
A questão que vale ouro: “Qual o significado destas Festas ao longo da sua vida?”
As Festas de Portomar têm um significado profundo na minha vida, refletindo tanto a história quanto o futuro da nossa comunidade. Pessoalmente orgulho-me do caminho que tem sido percorrido ao longo dos últimos anos, onde cada esforço e dedicação foram fundamentais para transformar este evento na celebração vibrante que é hoje. Colaborar para que esta festa se afirme como a mais heterogénea, diversificada e intensa do nosso verão é algo que eu e muitos fazemos com enorme gosto, movidos pela vontade de ver Portomar brilhar. Pertencer a esta comunidade católica Portomar/Cabeço que vive com tamanha intensidade a sua festa é um privilégio. Ver o orgulho nos olhos da nossa gente ao celebrar as Festas, sentir o entusiasmo de cada um, e testemunhar o compromisso coletivo em fazer destas celebrações algo único, reforça em todos os que vivem este evento e este momento, um profundo sentimento de pertença e orgulho. É impossível falar deste percurso sem reconhecer o trabalho incansável de todas as comissões de festas ao longo dos anos. Cada uma, com a sua dedicação, tem sido fundamental para o sucesso e crescimento das Festas de Portomar/Cabeço, assegurando que a tradição se mantém viva e relevante para todos. Igualmente gratificante é ver como os mais novos, e até alguns de outras localidades, se sentem motivados a colaborar e a dar a sua contribuição para a enorme logística que estas festas exigem. Este envolvimento intergeracional e a união de forças são prova viva da vitalidade e da importância que estas festas têm para todos nós. No entanto, este percurso não vai terminar por aqui. Sinto que há ainda muito a ser feito. A certeza de que podemos continuar a elevar o nome de Portomar, de forma a mantermos esta festa como uma referência para todas as outras, é o que nos deve motivar a cada ano. Esta jornada é contínua, e com ela apesar das dificuldades que são alicerçar uma festa com uma diversidade e um orçamento como esta exige muito de todas as comissões, a vontade de fazer sempre mais e melhor para a nossa terra e pelas nossas tradições será sempre um incentivo para continuarmos a desbravar caminhos e marcar tendências”. – Pedro Miguel Gordo (Homem da Lentisqueira que “adotou” e “foi adotado” pelas gentes de Portomar e Cabeço)
PROGRAMA DESTE DOMINGO:
Jornal Mira Online