14 Refugiados Sírios chegaram a Penela, Coimbra

Os primeiros 22 refugiados oriundos da Síria e do Sudão chegaram a Portugal no sábado, devendo este domingo chegar mais um grupo de 22 pessoas que ficaram retidas no Egito devido à greve do pessoal de cabina da Lufthansa. A vila de Penela, no distrito de Coimbra, recebeu 14 pessoas.

O grupo de seis famílias chegou a Lisboa ao início da tarde, tendo sido encaminhado para uma reunião com a ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania, Teresa Morais. “A nossa expectativa é que as pessoas encontrem em Portugal um porto seguro. Encontrem condições de estabilidade e de paz, para uma integração plena na sociedade portuguesa”, afirmou a ministra, à saída do encontro. “Portugal tem a esse respeito uma tradição reconhecida, é um país humanista com uma forte solidariedade, reconhecida internacionalmente”, disse.

O primeiro grupo é composto por 13 adultos e nove crianças que estavam no Egito. Chegam no âmbito da quota anual acordada entre Portugal e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e, para além de Penela, vão ficar alojados em Sintra e Lisboa.

Apoiados por instituições

Às 17.45 horas, os 14 refugiados chegaram a Penela num autocarro da Câmara Municipal, tendo sido recebidos pelo autarca local, Luís Matias, e pelo presidente da Fundação ADFP-Assistência, De-senvolvimento e Formação Profissional, Jaime Ramos. Duas famílias sírias e uma sudanesa vão ficar numa urbanização próxima do centro da vila.

“Recebemos estas famílias com respeito e responsabilidade de integração. São pessoas que vêm de um processo traumático e queremos garantir todas as condições para que fiquem em paz e segurança”, assegurou o presidente da Câmara Municipal de Penela.

Nos próximos dias, chegará à vila mais uma família, com seis elementos. Vão ficar alojados em apartamentos de tipologia T3 e T4, devidamente equipados. Propriedade do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, são atualmente geridos pela Câmara de Penela, num complexo que já tem sete famílias portuguesas a viver.

As quatro famílias serão acompanhadas por uma enfermeira e uma professora de Português, ambas de Penela. Para Luís Matias, é importante que o grupo aprenda a língua a curto prazo, de forma a integrar-se mais facilmente.

Segundo Jaime Ramos, há uma rede de instituições no concelho que está disponível para ajudar os refugiados. “Somos europeus e temos obrigações. Queremos integrá-los na comunidade com os meios de que dispomos”. E também defende ser importante que o grupo aprenda português rapidamente e tenha uma ocupação que, a curto prazo, possa ser um trabalho.

O presidente da ADFP nega que o grupo agora chegado a Portugal goze de algum tipo de vantagens em relação aos portugueses. “São cidadãos como nós, que ficaram sem nada de um momento para o outro. É profundamente injusto que se considere que vão tirar alguma coisa aos portugueses”, diz Jaime Ramos.

Fonte JN