27.07.2025 –

A GNR está a reforçar os alertas para as burlas relacionadas com o arrendamento de casas de férias, um fenómeno que tem ganhado expressão nos últimos anos, sobretudo durante o verão, e que já fez centenas de vítimas em todo o país.

De acordo com dados da Guarda Nacional Republicana, só entre 2023 e o primeiro semestre de 2025 foram registadas 436 queixas por burla nesta área. O distrito de Faro lidera com 95 ocorrências, seguido do Porto (79) e Braga (70) — zonas com grande procura turística e, por isso, mais suscetíveis a este tipo de crime.

Apesar da sua persistência, os números indicam uma redução progressiva dos casos denunciados, com 214 registos em 2023, 178 em 2024 e 44 nos primeiros seis meses deste ano. Esta descida, que representa menos 16,8% de ocorrências entre 2023 e 2024, é interpretada pela GNR como um sinal positivo das ações de sensibilização junto da população, sobretudo a mais vulnerável.

Mas o problema está longe de estar resolvido. Desde 2023, foram detidas 101 pessoas por este tipo de burla — 60 em 2023, 29 em 2024 e 12 em 2025 (até 30 de junho). Também foram identificados 311 suspeitos, numa clara demonstração da dimensão deste crime que não escolhe vítimas, apenas oportunidades.

Como atuam os burlões?

A GNR alerta que não existe um único modus operandi, mas que muitos casos têm pontos em comum. A burla começa frequentemente com anúncios apelativos em sites de arrendamento, com imagens reais (muitas vezes copiadas) e preços significativamente abaixo do mercado.

As vítimas, em busca de uma oportunidade, contactam o anunciante e são convencidas a pagar um “sinal” para garantir o imóvel. Só mais tarde, quando tentam levantar as chaves ou chegam ao local e percebem que o imóvel não existe — ou já está ocupado por terceiros — é que se apercebem de que foram enganadas.

Entre os comportamentos mais suspeitos, a GNR destaca os seguintes sinais de alerta:

• Preços demasiado baixos para a zona;

• Resistência do anunciante em permitir visitas ao imóvel;

• Pedidos de pagamento antecipado com urgência;

• Fotografias repetidas em vários sites;

• Falta de identificação clara do anunciante;

• Contatos que desaparecem subitamente.

Dicas da GNR para não cair na armadilha

Para prevenir estas situações, a GNR recomenda:

• Desconfiar de preços muito abaixo do mercado;

• Comparar anúncios semelhantes e tentar agendar uma visita presencial;

• Pesquisar o imóvel em várias plataformas;

• Confirmar a identidade do anunciante e titular da conta bancária;

• Solicitar fotografias adicionais e verificar se já existem denúncias associadas ao imóvel;

• Em caso de dúvida, contactar as autoridades ou pedir apoio junto do banco antes de realizar qualquer pagamento.

Jornal Mira Online
📌 Fonte: GNR