☀️ Ciência que transforma: projeto da Universidade de Coimbra melhora qualidade do ar em habitações moçambicanas

29.10.2025 –

Iniciativa “AfroEnergy” equipa universidades e comunidades em Moçambique com tecnologia sustentável e formação científica, promovendo energias limpas e eficiência energética.

Um projeto liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em parceria com a Universidade Lúrio (UniLúrio), está a mudar a forma como se produz e consome energia em Moçambique. Denominada “AfroEnergy”, a iniciativa apoia comunidades do norte do país na melhoria da qualidade do ar interior das habitações, através da instalação de equipamentos, formação técnica e investigação científica local.

🌍 O projeto nasce de um acordo de cooperação científica entre a FCTUC e a Faculdade de Engenharia da UniLúrio, em Pemba, e tem como principal objetivo capacitar equipas moçambicanas nas áreas da qualidade do ar, das energias renováveis e da eficiência energética.

Segundo Adélio Gaspar, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra, “em muitas regiões moçambicanas, a energia doméstica ainda depende da queima de lenha e carvão, o que gera poluição dentro das casas e sérios problemas de saúde pública”.

💨 “O AfroEnergy quer inverter esse cenário”, explica o investigador. “Equipámos a UniLúrio com instrumentos de monitorização ambiental — capazes de medir temperatura, humidade, partículas, dióxido e monóxido de carbono — e criámos laboratórios de refrigeração e energia solar ao serviço do ensino e da investigação.”

Além disso, professores e estudantes receberam formação técnica em Pemba e em Coimbra, tornando-se aptos a realizar campanhas de medição em habitações rurais e a desenvolver soluções sustentáveis adaptadas à realidade moçambicana.

🔬 Os primeiros resultados são promissores: “as monitorizações que realizámos em casas rurais revelaram níveis elevados de poluição interior, o que confirma a urgência de promover alternativas energéticas mais limpas”, refere Adélio Gaspar. Foram também instalados kits solares que reduzem a dependência de combustíveis fósseis e melhoram o conforto térmico das habitações.

O projeto abriu ainda uma nova linha de investigação científica em Moçambique, que combina energia solar, qualidade do ar e eficiência energética, num modelo de desenvolvimento ambiental e socialmente responsável.

💡 “O AfroEnergy mostra que a ciência pode ser uma ferramenta concreta de desenvolvimento humano e social. Ao capacitar investigadores locais, estamos a construir soluções duradouras para Moçambique e para África”, sublinha o investigador da Associação para o Desenvolvimento de Aerodinâmica Industrial (ADAI).

Mais do que uma iniciativa técnica, o AfroEnergy é visto como um exemplo de cooperação lusófona com impacto real. As metodologias e infraestruturas criadas em Pemba poderão ser replicadas noutras regiões de Moçambique e noutros países africanos, promovendo um modelo de investigação sustentável e inclusivo que une ciência e solidariedade.

📍 Jornal Mira Online
📄 Fonte: FCTUC / Universidade de Coimbra