O reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), Mário Raposo, reafirmou que esta é uma das universidades portuguesas que menos recebe por aluno e reclamou o aumento do financiamento em pelo menos mais seis milhões de euros.
“O que é um facto é que o nosso orçamento, comparado com o de outras instituições, deveria ser superior em mais seis milhões de euros, pelo menos”, afirmou.
Mário Raposo falava na cerimónia do 36.º aniversário da UBI, durante a qual foram atribuídos dois doutoramentos honoris causa, a Orlando António Quilambo, reitor da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique), e a Orlando Manuel José Fernandes da Mata, reitor da Universidade Mandume ya Ndemufayo (Angola).
Na intervenção, o reitor da UBI, que cumpre o primeiro ano do mandato, alertou para o subfinanciamento da instituição, problema que foi diversas vezes denunciado pelos seus antecessores.
O responsável frisou que o crescimento da UBI não tem sido acompanhado pelas transferências do Governo e que nem sequer são tidos em conta os custos de contexto acrescidos pela aposta em ter o campus universitário instalado ao longo da cidade, em vários edifícios que eram fábricas abandonadas e foram transformados em faculdades.
Sublinhando que a instituição já conta com 8.629 alunos, também destacou que esta é uma das universidades portuguesas que menos recebe por aluno.
Ainda assim, disse, tem mantido as contas equilibradas, graças ao “esforço e abnegação” de todos.
“Devemos ser recompensados por isso, e não penalizados”, reiterou, num apelo ouvido pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
Fazendo uma caracterização da evolução, sublinhou que a capacidade de atrair e reter alunos assenta na qualidade e prestígio do corpo docente.
Nesse sentido, informou que foi já dado início a uma “estratégia progressiva e gradual de contratação e renovação do corpo docente em áreas científicas mais necessitadas” e que está em curso a abertura de 29 concursos para professores associados de todas as áreas científicas.