Unicef e Governo moçambicano preparam apoio ao ensino em zonas rurais

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Governo moçambicano estão a preparar um programa letivo para os alunos das zonas rurais face à suspensão das aulas, devido à covid-19, disse fonte aquele organismo.

Em resposta por escrito a perguntas da agência Lusa sobre a situação dos alunos das zonas rurais moçambicanas, o Unicef avançou que o referido programa vai incluir a distribuição de rádios recarregáveis a energia solar e distribuição de materiais de aprendizagem impressos.

Estão também contemplados o fornecimento de “kits” escolares e visita dos professores às comunidades, nas circunstâncias em que tal for possível.

Por outro lado, o Unicef está a apoiar o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (Minedh) na implementação do ensino à distância via rádio, televisão e rádios comunitárias.

A parceria envolve o fornecimento de materiais que permitam a atividade letiva à distância, nomeadamente computadores e serviços de Internet.

Paralelamente, estão em preparação medidas visando a criação de condições que permitam o reinício e compensação de aulas, no modelo pedagógico normal, logo que a situação o favoreça.

Nessa perspetiva, os professores poderão receber apoio psicossocial para poderem prestar assistência aos alunos, quando as aulas forem retomadas, referiu o Unicef.

O ano letivo em Moçambique arrancou em fevereiro, mas teve de ser interrompido em março, devido às medidas de isolamento social impostas para a prevenção da covid-19.

Para o ano letivo de 2020, estão inscritos 8,4 milhões de alunos no sistema público, segundo informações oficiais, um aumento de 4,7% em relação a 2019.

O Governo de Moçambique anunciou na última semana que pondera prolongar o calendário escolar para “recuperar o tempo perdido” na sequência da interrupção das aulas devido à covid-19, disse à Lusa a porta-voz do Minedh, Gina Guibunda.

“Por estarmos desde março sem aulas, pode ser que o ano letivo não termine em outubro, como é habitual. Podemos estender o calendário para finais de novembro ou início de janeiro de 2021. A evolução dos casos e a situação conjuntural é que nos vai ajudar a definir”, afirmou Gina Guibunda.

Moçambique tem um total acumulado de 194 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem registo de mortes e com 51 recuperados.

Em África, há 3.246 mortos confirmados em mais de 107 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

Lusa