Senado absolve Trump apesar de votos favoráveis de sete Republicanos

O Senado dos Estados Unidos da América absolveu hoje o anterior Presidente, Donald Trump, de incitação à revolta no Capitólio, pondo fim ao processo de destituição.

Pouco mais de um mês depois da invasão do Capitólio, que causou cinco mortos, a votação foi de 57-43, abaixo dos dois terços necessários para o ‘impeachment’ no Senado.

Sete Republicanos votaram para que Trump fosse declarado culpado, o que representa o maior número de sempre de senadores do partido de um Presidente alvo de destituição.

Os Democratas encerraram o caso contra Donald Trump hoje, ao desistirem de um plano de última hora para o depoimento de testemunhas, que poderia ter prolongado o processo e atrasado um veredito.

Democratas e Republicanos acabaram por chegar a um acordo para que fosse registada uma declaração de um legislador Republicano sobre um telefonema acalorado no dia do motim, entre Trump e o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, segundo a qual os Democratas estabeleceram a indiferença de Trump perante a violência.

O líder dos Republicanos no Senado norte-americano, Mitch McConnell, anunciou hoje que votaria pela absolvição de Donald Trump, acusado de “incitação à insurreição” no ataque ao Capitólio, segundo uma mensagem enviada ao grupo parlamentar e citada pelos ‘media’.

McConnell explicou que considera que o Senado não tem capacidade para julgar um ex-presidente para a sua destituição e referiu que tendo em conta essa conclusão votaria “pela absolvição”.

Na quinta-feira, os procuradores Democratas pediram a condenação de Trump, mostrando imagens de vídeo que procuravam fazer uma relação direta entre as declarações públicas do ex-Presidente, denunciando fraude eleitoral nas presidenciais de 03 de novembro de 2020, e a ação da multidão que atacou o Capitólio, em 06 de janeiro passado, provocando cinco mortes no próprio dia e ondas de choque que se continuam a fazer sentir.

Na sexta-feira, decorreu a apresentação dos argumentos de defesa, a cargo de uma equipa de três advogados contratados por Trump, que acusaram os Democratas de quererem “vingança política”.

No passado dia 13 de janeiro, Donald Trump tornou-se no primeiro Presidente na história dos Estados Unidos a ser alvo de dois processos de ‘impeachment’.

Mais de 230 democratas, mas também 10 republicanos, votaram a favor, acusando Trump de ter incitado os seus apoiantes a invadir o Capitólio.

Lusa