Rota Final: PJ faz buscas em 18 câmaras municipais. Empresa Transdev visada na operação

Em causa está a investigação de um esquema fraudulento de contratação pública de transportes e no recrutamento de funcionários.

Em comunicado enviado às redações, a Polícia Judiciária informa que “através da Diretoria do Norte e com o apoio de vários Departamentos de Investigação Criminal e da Diretoria do Centro” foi realizada esta quarta-feira, 12 de junho, “uma operação policial de buscas domiciliárias e não domiciliárias, em autarquias, entidades públicas e empresas”.

Além de 18 autarquias do Norte e Centro, também a operadora de transportes públicos Transdev é visada nas buscas realizadas hoje pela Polícia Judiciária, avançou uma fonte policial à Lusa. “Para já, não há nenhum detido”, acrescentou.

Ainda de acordo com a mesma fonte, por volta das 11:00 a operação ainda decorria, com buscas, recolha de documentação “e outros elementos de prova”.

Em causa, esclarece a PJ em comunicado, estão suspeitas de “corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder” no âmbito de um “esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas”.

“Mediante atuação concertada de quadros dirigentes de empresa de transporte público, de grande implementação em território nacional com intervenção de ex-autarcas a título de consultores, beneficiando dos conhecimentos destes, terão sido influenciadas decisões a nível autárquico com favorecimento na celebração de contratos públicos de prestação de serviços de transporte, excluindo-se das regras de concorrência, atribuição de compensação financeira indevida e prejuízo para o erário público. Também no recrutamento de funcionários se terão verificado situações de favorecimento”, pode ler-se no comunicado.

Informa ainda esta força de segurança que “na operação policial realizaram-se 50 buscas, domiciliárias e não domiciliárias que envolveram 200 elementos da Polícia Judiciária – inspetores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos”.

No total, “foram 18 as Câmaras Municipais objeto de buscas: Águeda, Almeida, Armamar, Belmonte, Barcelos, Braga, Cinfães, Fundão, Guarda, Lamego, Moimenta da Beira, Oleiros, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Sertã, Soure, Pinhel e Tarouca”.

A operação ocorre no âmbito de um inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra.

A investigação prossegue “para determinação de todas as condutas criminosas, seu alcance e respetivos agentes”, esclarece a polícia.

Lusa