Requalificação do IP3: “O princípio do fim” da estrada da morte

O governo adjudicou esta sexta-feira a primeira fase das obras de requalificação do IP3. Orçada em quase 12 milhões de euros, a primeira empreitada de reabilitação da via, que já é conhecida como a estrada da morte, vai ser feita entre os nós da Lagoa Azul, em Mortágua, e Penacova, num troço que vai ser apenas recuperado e não duplicado, como vai acontecer com o restante itinerário.

“Começa aqui o princípio do fim. Começa aqui o princípio do fim porque hoje assinamos o contrato de obra para começar a obra onde ela é mais necessária, que é na zona mais insegura, onde os riscos de segurança eram mais evidentes, que é nesta zona entre o nó de Penacova e da Lagoa Azul”, sublinhou o ministro do Planeamento e da Infraestrutura, Pedro Marques, na cerimónia de adjudicação da empreitada.

O governante disse que esta é uma obra “fundamental” não só para a segurança de quem circula na estrada, como para o desenvolvimento da região Centro. Por essa razão, garantiu, a tutela mantém a promessa de reabilitar todo o IP3 até 2022, num investimento global de 135 milhões de euros e que avança sem qualquer apoio de fundos europeus.

“Vai ser financiada por recursos próprios com a contribuição dos contribuintes portugueses que são quem vai pagar a obra. E isto é possível fazer porque hoje o país, felizmente, também dispõe das condições financeiras que lhe permitem não estar a cortar no investimento, mas estar a aumentar o investimento”, destacou o primeiro-ministro, António Costa.

Os autarcas servidos pelo itinerário principal n.º 3 não escondem o receio de que a reabilitação e duplicação da via não avance na totalidade, ficando-se apenas por esta primeira obra, lembrando que vêm aí eleições legislativas. Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, é dos que está mais preocupado.

“Quem é que nos garante que não estamos aqui a iniciar um pequeno troço e o resto depois fica a marcar passo. Neste período eleitoral que aí vem vou procurar comprometer todos os partidos que fizerem campanha na região para que digam que este compromisso é para levar até ao fim”, disse.

Ao presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, nem lhe passa pela cabeça que depois das eleições o resto da empreitada fique na gaveta.

“Já morreram demasiadas pessoas desgraçadamente por acidentes aqui verificados que podiam ter sido evitados se houvesse maior celeridade da governação na execução desta obra. Agora que está dado o passo decisivo é importante que ela (a obra) se concretize”, afirmou em declarações à TSF.

José Ricardo Ferreira / TSF