Rainha de Inglaterra pede determinação em rara alocução televisiva

A rainha de Inglaterra vai pedir hoje aos seus súbditos coragem e determinação na luta contra a pandemia covid-19, numa rara aparição televisiva dirigida à Comunidade das Nações (Commonwealth), que tem vindo a ser antecipada pela imprensa.

Será apenas a quarta vez, em 68 anos de reinado, que a monarca recorre a uma alocução televisiva, para além do tradicional discurso de Natal, para se dirigir aos súbditos na Inglaterra e nos 53 países membros independentes que integram a Commonwealth.

“Espero que, nos próximos anos, todos possam orgulhar-se da maneira como assumimos este desafio”, dirá a monarca de 93 anos, de acordo com extratos divulgados pelo gabinete de comunicação do Palácio de Buckingham.

Segundo a mesma fonte, a rainha irá agradecer o esforço de todos os que estão na primeira linha do combate à pandemia, sobretudo o pessoal médico.

“Vivemos momentos de perturbação na vida de nosso país, uma perturbação que trouxe sofrimento para alguns, dificuldades financeiras para muitos e enormes mudanças no dia a dia de todos nós”, dirá a monarca, numa intervenção marcada para as 19:00.

De acordo com o balanço feito no sábado, até às 17:00 de sexta-feira tinham morrido no Reino Unido 4.313 pessoas infetadas, mais 708 do que na véspera.

Os dados foram atualizados numa conferência de imprensa, onde o ministro do Conselho de Ministros, Michael Gove reiterou a necessidade de os britânicos respeitarem o confinamento decretado pelo governo e “resistirem à tentação” de sair de casa para passear para aproveitar o bom tempo.

“A vida durante o confinamento pode ser difícil e algumas pessoas podem sentir-se tentadas a sair e passear neste fim-de-semana soalheiro”, admitiu, mas alertou: “se relaxarmos a adesão às regas, aumentamos o risco para os outros”.

Durante a conferência de imprensa, Gove revelou terem chegado 300 ventiladores da China, juntando-se a outros que o governo adquiriu a empresas alemãs e suíças, e disse que está prevista a produção nos próximos dias de mais equipamentos de auxílio à respiração por empresas britânicas.

Entretanto, o ministério da Justiça britânico anunciou que vai soltar cerca de 4.000 reclusos considerados de “baixo risco” e a dois meses do fim da sentença obrigatória para tentar evitar a propagação da doença dentro dos estabelecimentos prisionais.

De acordo com os dados oficiais mais recentes, foram registadas até agora três mortes nas prisões de Inglaterra e País de Gales entre 88 prisioneiros infetados, tendo 15 guardas prisionais também sido contagiados.

Lusa