Qualificação urbanística da envolvente à capela de S. Bento já começou

Obra é financiada pelo Município de Cantanhede

Desde o início desta semana que está em curso a requalificação urbana da envolvente à capela de S. Bento, em Ançã. O projeto e o suporte financeiro da obra será integralmente assegurado pela Câmara Municipal de Cantanhede, no âmbito de um acordo com a Junta de Freguesia de Ançã, que tem a seu cargo a coordenação dos trabalhos e a Paróquia de Ançã, proprietária do recinto onde vai incidir a intervenção.

Conforme refere o projeto desenvolvido pelos serviços técnicos camarários, o que se pretende é reabilitar todo o espaço circundante de um local de culto com manifesto interesse patrimonial e histórico, reforçando a sua unidade urbanística com a correta integração do edificado através de uma solução funcional e paisagística concebida para dignificar uma zona nobre da vila histórica. A intervenção contempla a estruturação dos acessos viários e pedonais, o ordenamento das áreas de estacionamento, a ampliação e valorização dos espaços verdes, bem como a instalação de mobiliário urbano e iluminação adequada à criação de uma atmosfera aprazível e estimulante para a fruição pública.

Datada do século XVII, a capela de S. Bento, apesar da sua singeleza, possui valiosos pormenores arquitetónicos e escultóricos que lhe conferem uma cativante singularidade, à qual também não é alheia a circunstância de preservar intacta a matriz original da época em que foi construída.  Por outro lado, a sua localização, num morro altaneiro com vistas privilegiadas sobre Ançã, acentua de algum modo o caráter de lugar de devoção religiosa ao santo patrono, além de que a amplitude e características do recinto o tornaram propício à realização de tradições populares, duas das quais de grande interesse turístico: as Cavalhadas e o Cortejo Alegórico, de características únicas na região, inserem-se na Festa e Romaria de São Tomé, evento que faz parte do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e que se mantém bem vivo desde há mais de um século, atraindo à vila gente oriunda de vários concelhos.

A proposta urbanística que está a ser executada incidirá no espaço entre as construções habitacionais situadas a norte, no arruamento frontal à capela e nos orientados a nascente, estes numa cota mais desnivelada. A empreitada desenvolver-se-á em três fases, a primeira das quais consiste na pavimentação do espaço contíguo ao imóvel religioso, na execução do arranjo paisagístico que prevê o reforço da estrutura verde com plantação de mais árvores e na instalação de candeeiros e outro mobiliário urbano, seguindo-se a execução dos acessos na plataforma superior e, por último, a construção de taludes e muros de suporte.

Os principais objetivos da intervenção passam por dotar o espaço de melhores condições conciliando as diferentes plataformas e taludes desnivelados, de modo a melhorar substancialmente o seu recorte urbano e paisagístico e a funcionalidade para os diferentes usos que a população se habituou a dar-lhe.

O arruamento na cota inferior passará a ser unicamente pedonal, ladeado por uma banda de muros de sustentação em pedra aparelhada e com acesso pela rua que faz ligação ao centro da vila, cujo percurso será pontuado com iluminação adequada e com bancos encastrados no muro.

Em termos funcionais, haverá também um acesso direto à plataforma da capela pela zona lateral, até ao queimador de velas, elemento simbólico com recorte escultórico que ficará integrado no ângulo natural do cruzamento das vias, estando ainda previsto um miradouro entre o parque de merendas e o cruzeiro a colocar junto à entrada da capela. A norte desta, o terreno será modelado para criação do parque de merendas com mesas e bancos de apoio com ensombramento reforçado com a plantação de oliveiras, por forma a acentuar o carácter simbólico do topónimo Olival do Senhor.