A dor é uma resposta fisiológica de defesa do organismo, mas também pode funcionar de maneira errada
ou exagerada, apresentando-se assim como uma doença, a dor crónica.
Quando o cérebro interpreta que a dor não está a ser solucionada, fica ainda mais sensível e alerta aos
estímulos da dor, captando-os de forma mais intensa: a dor persiste em resposta ao aumento da sensibilidade a uma ameaça percebida de dano ao corpo, apesar da ausência de dano dos tecidos.

O tratamento desta condição é importante, uma vez que apresenta um impacto negativo na saúde global: está relacionada com uma perda significativa da qualidade de vida, manifestações de irritabilidade e desmotivação, baixa produtividade no trabalho, entre outros. Após o diagnóstico clínico, as abordagens de tratamento poderão ser várias, sendo o movimento e o exercício, a prescrição de primeira linha.

Em alguns casos de dor, o tratamento poderá passar por medicação, que terá de ser avaliada e receitada pelo médico especialista, pela especificidade dos casos. Não é aconselhável a prática de automedicação, nem o uso prolongado de medicamentos analgésicos, que muitas vezes disfarçam os sintomas, atrasando a recuperação. Considerar também o acompanhamento por um psicólogo, em muitos casos, tem impacto positivo no sucesso terapêutico.

A cirurgia e procedimentos invasivos têm um papel muito limitado, na gestão de dores crónicas músculo-esqueléticas.
A recuperação pós cirúrgica é muito complexa e pode não apresentar os resultados esperados, porque apenas uma pequena percentagem dos casos de dor crónica musculo esquelética é causada por doença ou lesão grave da estruturas afetadas.

A fisioterapia pode ajudar através de:
1. Exercícios físicos orientados: comprovado cientificamente, o movimento é um dos melhores remédios
para a dor. A libertação de endorfinas e o movimento articular, geram no cérebro um efeito analgésico.
2. Fortalecimento muscular: o fortalecimento dos músculos irá proteger as estruturas ósseas, como a coluna
e os joelhos, por exemplo, diminuindo e prevenindo as dores.
A fisioterapia ajuda as pessoas com dor crónica a desenvolver as competências que necessitam para gerir
e assumir o controlo da sua condição, aumentar a sua atividade e melhorar a qualidade de vida.

Como um fisioterapeuta trabalhará consigo? O fisioterapeuta irá:
• Ajudá-lo a compreender como a dor é um sistema de alarme integrado no nosso corpo que, com dor crónica, é muitas vezes acionado com demasiada facilidade;
• Ajudá-lo a reduzir o medo que associa à dor;
• Ajudá-lo a mudar crenças e comportamentos;
• Estimular a sua participação em atividades físicas de maneira segura;
• Explorar estratégias de longo prazo para aumentar a sua confiança;
• Guiá-lo através do processo de participação em atividades dolorosas, assustadoras ou evitadas para recuperar o controlo;
• Ajudá-lo a manter ou retomar a sua atividade laboral;
• Ajudar a aumentar a sua compreensão acerca da dor: isto irá reduzir o medo de provocar dano a si próprio e dar-lhe maior controlo sobre a dor.
• À medida que começa a movimentar-se mais e a participar em mais atividades, deve perceber que pode fazer mais com menos dor.
• Irá aprender a focar-se naquilo que consegue fazer, apesar da dor, para desfrutar de uma maior qualidade de vida.

O texto foi adaptado da tradução do documento original (WCPT) disponibilizada pela Associação Portuguesa de
Fisioterapeutas para celebrar o dia mundial da fisioterapia 2019.
A ProReab – Reabilitação Avançada, possui profissionais com formação específica no tratamento da dor crónica, em ambiente multidisciplinar e aliando uma avaliação Individualizada, tratamento personalizado, equipamento de elite, os resultados conseguem ser mais rápidos e eficazes.

Texto escrito pela fisioterapeuta Lillian Castelão
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