PJ investiga ameaças a três deputadas e à SOS Racismo

Várias pessoas receberam um e-mail com ameaças. Segundo a mensagem, os destinatários tinham 48 horas para saírem do “território nacional” e rescindir “as suas funções políticas”. Entre o grupo constam as deputadas Beatriz Gomes Dias, Mariana Mortágua e Joacine Katar Moreira. O mail estará assinado por um grupo ligado à extrema-direita radical.

De acordo com o Público, que teve acesso ao e-mail, a Polícia Judiciária e as secretas já estão a conduzir investigações sobre o caso.

Entre as dez pessoas que receberam o mail estão as deputadas Beatriz Gomes Dias, Mariana Mortágua (ambas do Bloco de Esquerda) e Joacine Katar Moreira (deputada não inscrita), mas também Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, entre outros.

Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e antirracistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português”, lê-se no ‘e-mail’ em causa, a que a Lusa teve acesso.

Com data de 11 de agosto, a mensagem de correio eletrónico foi enviada, a partir de um endereço criado num ‘site’ de ‘e-mails’ temporários, para o SOS Racismo e é assinada por “Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional”, a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma “vigília em honra das forças de segurança” em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa, e que um dos dirigentes desta associação, Mamadou Ba, classificou como “terrorismo político”.

Ao jornal, as duas deputadas do Bloco de Esquerda, aferiram que vão apresentar queixa-crime em nome individual ao Ministério Público.

“O Bloco deu imediatamente conhecimento [do ‘e-mail’] à PJ [Polícia Judiciária], as duas deputadas do Bloco irão apresentar queixa ao Ministério Público”, disse à Lusa fonte oficial do BE.

Este e-mail acontece depois de uma dezena de pessoas se ter juntado à frente da sede da SOS Racismo no passado fim de semana, em Lisboa, com a cara coberta por máscaras brancas e tochas a fazer lembrar as manifestações dos supramacistas brancos Ku Klux Klan, nos Estados Unidos.

Lusa