Permanecem 1.600 brasileiros por repatriar em Lisboa

A Embaixada do Brasil em Lisboa disse hoje que permanecem em Portugal 1.600 brasileiros que aguardam pelo regresso ao seu país, admitindo que o número possa subir, com o aumento do impacto da pandemia de Covid-19.

Na última segunda-feira, a embaixada do Brasil em Lisboa revelou que naquele mesmo dia ficava concluído o repatriamento de 8.800 turistas brasileiros retidos em Portugal por causa das medidas de combate ao novo coronavírus.

Hoje em declarações à Lusa, o ministro conselheiro da embaixada, Luciano Andrade, explicou que já foram repatriados 415 dos 700 brasileiros que estavam num cruzeiro.

“Os restantes, que incluem os 240 elementos que fazem parte da tripulação, devem seguir hoje ou amanhã noutro voo fretado”, adiantou.

Entretanto, “têm surgido mais casos, nomeadamente mais 500 que vieram do consulado do Brasil no Porto”, disse o diplomata, neste momento “temos nos nossos registos 1.600”, que precisam de uma solução para voltarem para o seu país, ou seja mais do que os 1.500 de segunda-feira.

“Os números são muito flutuantes e é difícil prever quantos surgirão mais, até porque havia pessoas com passagens para abril, que agora podem ver esses voos cancelados”, concluiu o ministro conselheiro.

O diplomata lembrou que, antes da pandemia da covid-19, havia um total de 60 voos por semana de Lisboa para vários destinos do Brasil. Mas, na semana em curso, haverá “apenas cinco”.

Isto tem criado dificuldades ao regresso de muitos brasileiros que se encontravam no país em turismo quando começaram a ser tomadas medidas de prevenção e combate contra a propagação do novo coronavírus, quer em Portugal quer noutros Estados europeus, e depois no Brasil.

“Mas a atitude de algumas companhias aéreas também não foi a melhor”, criticou Luciano Mazza de Andrade.

A embaixada do Brasil em Lisboa criou uma equipa “de 25 pessoas” para dar resposta aos milhares de turistas brasileiros que se encontravam em Portugal, e “em contacto com autoridades portuguesas e brasileiras, bem como com operadoras e companhias aéreas tem conseguido fazer com que o repatriamento se faça, apesar das dificuldades”.

Os serviços da embaixada, no entanto, só prestam apoio não oferecem ajuda financeira ao repatriamento.

“Os custos da viagem cabem às operadoras e companhias aéreas”, porque foram as entidades a quem as pessoas compraram os bilhetes, defendeu o ministro conselheiro.

Lusa