Pastel de Tentúgal quer ser finalista em casa nas 7 Maravilhas Doces de Portugal

O Pastel de Tentúgal está à votação na semi-final das 7 Maravilhas Doces de Portugal. Este doce conventual é atualmente o único concorrente do distrito de Coimbra e não quer perder a oportunidade de jogar em casa na final de Montemor-o-Velho, no dia 7 de setembro.

Após ter conquistado o primeiro lugar na fase distrital, o Pastel de Tentúgal vai agora enfrentar os restantes 13 pré-finalistas por um lugar na próxima fase do concurso televisivo.

A nova votação decorre até dia 31 de Agosto, dia em que vai decorrer a segunda semi-final das 7 Maravilhas Doces de Portugal em Ferreira do Zêzere, de onde vão sair sete doces finalistas. 760 107 104 (custo de chamada de 0,60€ + IVA) é o número de telefone para votar no Pastel de Tentúgal.

Dos 907 candidatos, apenas 140 integraram a lista reduzida a sete doces por distrito e região autónoma. Atualmente estão a ser selecionados os 14 finalistas do concurso através de duas semi-finais. O programa televisivo da RTP termina em Montemor-o-Velho e o doce de Tentúgal quer ser um dos finalistas para voltar a fazer história nas 7 Maravilhas, depois de, em 2011, ter ficado entre os três finalistas nas 7 Maravilhas da Gastronomia, na categoria de sobremesa.

O Pastel de Tentúgal apela ao voto para ser uma das maravilhas doces de Portugal e conta com apoio de toda a região de Coimbra.

Informação adicional:

Tentúgal é uma vila do concelho de Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra, que fica a meio caminho entre Figueira da Foz e Coimbra. Considerada a vila mais doce do país, Tentúgal é local de paragem obrigatória pela sua reputação doceira e inúmera oferta gastronómica. Posto isto, o Pastel de Tentúgal e a doçaria conventual são de extrema importância económica e social para a localidade.

De recordar que em 2011, o Pastel de Tentúgal concorreu às “7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa” onde ficou, na altura, classificado entre os 21 finalistas do concurso, onde estavam apenas três na categoria de sobremesa. Este doce, com origem no Convento de Nossa Senhora da Natividade, fundado em 1565 e habitado pela Ordem das Carmelitas de Portugal até 1898, tem a Indicação Geográfica Protegida (IGP) concedida pela União Europeia em 2013.

Este doce inigualável serviu durante séculos não só como oferenda aos visitantes, também como pagamento de alguns préstimos de serviços, mas sobretudo de remédio para as maleitas dos mais desfavorecidos que iam ao convento buscar o conforto do estômago, acalmia das suas amarguras e sobretudo a cura para muitas anemias.

A última freira a habitar o convento, D. Maximina do Loreto, ensinou o saber fazer dos pastéis às senhoras de Tentúgal que foram transmitindo esse saber fazer de geração em geração. Diz-se até que os pastéis de Tentúgal são o único doce que não é possível ensinar através de receituário, uma vez que só se aprendem a fazer… fazendo!

O Pastel de Tentúgal resulta da junção da massa, apenas feita a partir de farinha amassada com água, com o recheio que resulta da mistura de ovo com uma calda de açúcar. Apresenta-se sob a forma de “palito” ou sob forma de “meia-lua”, sendo que o pastel “palito” é o mais conhecido.

A confeção do Pastel de Tentúgal contempla várias fases: começa sempre com a massa, que é esticada com mãos delicadas, exclusivamente de senhoras, que consecutivamente vão ao bolo da massa dar “um puxão” e em apenas alguns minutos passamos de um bolo de massa amorfo para a magia do folhado, de tal forma fino que é quase transparente. As mesmas mãos delicadas apanham o folhado, folha após folha, com a paciência de um santo e a suavidade de um anjo.

O recheio é efetuado a partir da calda em “ponto pérola” ao qual se juntam os ovos e as gemas, cuidadosamente, mexendo sempre, de forma aos ovos não “talharem” e até que se obtenha o aspeto grumoso e consistente característico do recheio do pastel de Tentúgal.

O processo de “armar” o pastel consiste na junção do folhado com o recheio, que se enrola e que se fecha de ambos os lados com o formato de cristas. Para finalizar passa-se no pastel uma pena embebida em manteiga. O pastel de Tentúgal está agora pronto para ser cozido e posteriormente saboreado.