Ordem dos Médicos do Centro acusa presidente do Conselho Nacional de Saúde de ter visão economicista do SNS

O Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos repudia as declarações do Presidente do Conselho Nacional de Saúde e expressa a sua estupefação face à “inaceitável visão redutora do Serviço Nacional de Saúde”. Esta tomada de posição surge na sequência da reunião do Conselho Regional (2 de novembro), órgão máximo de gestão da Ordem dos Médicos do Centro, liderado por Carlos Cortes.

 Em causa estão as declarações do presidente do Conselho Nacional de Saúde, Jorge Simões, na primeira entrevista desde a criação deste órgão em 2016, com as quais sugere uma reorganização funcional dos recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde, alterando as competências de cada uma das profissões.

“Repudiamos a afirmação de que não são necessários mais profissionais de saúde, o que contraria a evidência sentida por todos. Repudiamos a adulteração das competências profissionais no setor da Saúde. A resposta aos utentes deve ser dada com qualidade e não, como é sugerido, retirando exigência e qualidade”, assume o órgão executivo da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

“Estas palavras de cariz economicista e contabilístico são uma desconsideração pelos doentes e utentes que ainda não têm médico de família e aos utentes que não são consultados nem operados nos tempos razoáveis por falta de médicos especialistas, tal como revela uma Auditoria do Tribunal de Contas. São palavras irresponsáveis e levianas que expressam um profundo desconhecimento da realidade dos cuidados de saúde, que revelam uma desconsideração grave pelos profissionais e pelos doentes”, assume o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.

O Bastonário da Ordem dos Médicos expressara também duras críticas a esta entrevista. “São contradições próprias de quem não conhece o terreno e não sabe o que é exercer medicina  nem as outras profissões de saúde”, afirma Miguel Guimarães em comunicado.

“Devemos pugnar, antes de mais, pela contratação de mais médicos que tanta falta fazem no Serviço Nacional de Saúde e aos doentes”, conclui Carlos Cortes.