OPINIÃO QUE CONTA: “Palavras que matam”, poema de António Veríssimo… sempre atual!

PALAVRAS QUE MATAM!

 

Nas páginas dos jornais,

nos folhetos ocasionais…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

Nos livros banais,

nas bíblias celestiais…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

Nos opúsculos sem história,

nas recordações sem memória…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

Na folha dominical,

em qualquer papel sazonal…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

Na revista cor-de-rosa,

na doutrina de Vargas Losa…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

Nos governos brutais,

nas democracias ocidentais…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

No partido tradicional,

na jornada sindical…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

No blog nacionalista,

no site comunista…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

Nos discursos eleitorais,

em tertúlias bestiais…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

No homicídio organizado,

no crime perpetuado…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

E no relatório policial,

Depois da prisão sem igual…

HÁ PALAVRAS QUE MATAM!

 

António Veríssimo