OMS inclui dependência dos videojogos na lista de doenças mentais

A Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a dependência de videojogos na lista de doenças mentais, uma possibilidade que tinha sido prevista no início do ano e que foi anunciada esta segunda-feira. Este pode ser mais um argumento para os pais limitarem o tempo de acesso dos filhos às consolas, computadores e todos os dispositivos com videojogos.

A OMS descreve a dependência de videojogos como um “padrão persistente e recorrente de comportamento de jogo” que se torna tão recorrente que “assume prioridade em relação a outros interesses”.

De acordo com um especialista da Organização, Shekhar Saxena, há registo de casos de dependência extrema, em que o jogador anula atividades vitais como dormir ou dormir, para jogar durante mais de 20 horas seguidas.

Shekhar Saxena esclarece, contudo, que só uma minoria desenvolve este tipo de dependência e que o reconhecimento de sinais de alerta pode ajudar na prevenção deste tipo de situações.

Nos casos em que os sintomas de dependência se prolongam por um período de pelo menos um ano, admite-se o diagnóstico de doença, que terá de ser avaliado segundo os parâmetros definidos pela OMS.

A medida entrará em vigor no início de 2022, para dar tempo aos profissionais de saúde para se prepararem para esta alteração.

A REAÇÃO DA VIDEO GAMES COALITION

A indústria dos videojogos já reagiu ao anúncio, garantindo que os “seus produtos são apreciados de forma segura por mais de 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo”, refere o Video Games Coalition, estúdio produtor de videojogos que é propriedade da Microsoft, citado pela agência Reuters.

Num apelo à OMS para que reconsidere a decisão, a Video Games Coalition sublinha “o valor educacional, terapêutico e recreativo” dos videojogos, que considera ser globalmente reconhecido.

SIC