A terceira noite do Festival das Francesinhas, em Peso da Régua, ficou marcada pela atuação dos HMB. A banda composta por Héber Marques (vocalista), Fred Martinho (guitarrista), Daniel Lima (teclista), Joel Silva (baterista) e Joel Xavier (baixista), deixou toda a energia em palco e partilhou o mesmo estado de espírito que o público. O calor não foi impedimento para a boa disposição e alegria.
Horas antes do concerto, Héber Marques foi o porta-voz de uma entrevista concedida ao Jornal Mira Online. A música, o amor e o percurso dos HMB foram os temas abordados ao longo da conversa.
Fotografia gentilmente cedida pelos HMB
É a primeira vez que vão atuar em Peso da Régua. Entusiasmados para esta noite?
Sim, é a primeira vez que vamos atuar na Régua e, se calhar, a primeira vez que vamos atuar tão perto do Douro. Estamos super entusiasmados!
Vocês costumam adaptar o concerto à cidade e ao tipo de público para o qual atuam ou seguem sempre a mesma estrutura?
Nós temos uma mesma linha. Temos um estado de espírito e gostamos de levar esse estado de espírito para qualquer que seja o palco. O nosso grande objetivo é fazer com que o público entre nesse estado de espírito de HMB. Tentamos influenciá-los mais a eles do que eles a nós. E isso é difícil (risos).
Como é que é a sensação de ter um Globo de Ouro nas mãos?
A primeira vez, eu tinha a certeza que íamos ganhar o de Melhor Canção, com “O Amor é Assim”. Da segunda vez, achava que não íamos ganhar. Então são duas sensações completamente diferentes. Uma em que pensámos “merecíamos mesmo isto” e, na verdade, tínhamos um discurso já preparado. Mas a sensação de segurar o Globo de Ouro é ótima e quando não se está à espera é ainda melhor (risos).
E sentem uma pressão maior depois de terem ganho cada um dos Globos?
Não, de todo. Existe uma pressão, não por causa do Globo, tem a ver mais com uma pressão de superação. A verdade é que fazemos este ano onze anos e precisamos de nos superar musicalmente, evoluir e fazer com que o público evolua conosco. Também não convém nós evoluirmos sozinhos, mas que o nosso público nos acompanhe. Isso também é uma tarefa que temos em mente. Basicamente, acho que essa é a parte difícil. O Globo funciona apenas como uma constatação do bom trabalho que tem sido feito.
Vocês já atuaram no Campo Pequeno e no Coliseu do Porto. Ambas salas grandes. Na tua opinião, o que é que vocês têm que capta o público ao ponto de encher salas como estas?
Honestamente, eu acho que o ser humano se liga a uma boa história. E acho que os HMB têm boas histórias nas canções. Na verdade, são vários fatores mas eu acho que isso tem muita importância. Há muitos cantores que cantam bem, muitos artistas que são bons artistas, mas depois faltam canções que se liguem com o público. Os HMB têm a benção de ter isso. Temos uma banda com boa vibe, bons músicos e eu também não canto mal (risos).
Numa época em que se produz tanta música e, muitas vezes, muito parecida, que outros fatores consideras que os HMB têm que atraem tanto o público?
HMB não é parecido com nada. Mas acho que o facto de não sermos pessoas feias também ajuda (risos). O facto de sermos pessoas bem dispostas, também ajuda. Somos pessoas porreiras, é verdade, e digo isto sem modéstia nenhuma e isso nota-se também em cima do palco. E acabamos por agradar a um núcleo bastante vasto. Obviamente, não chegamos a toda a gente, mas conseguimos chegar ao grande público. Mas acho que, primeiro, começa nas canções.
Achas que é importante as canções chegarem ao coração das pessoas?
É importantíssimo. Eu acho que, seja em que género for, quando a canção é boa, ela não só alimenta a pessoa naquele momento como a segue em qualquer estágio de vida. As grandes canções da tua vida, tu vais sempre lembrar.
E achas que as pessoas se ligam mais às canções de amor?
Claro que sim. Nós temos uma sede insaciável de romance. Nós queremos que as coisas acabem bem sempre. E, na verdade, o amor está ligado a tudo. O amor pela comida, o amor pela mãe, pelo parceiro, pelos animais,… O amor é um denominador comum em todas as áreas. O amor que os HMB têm pelo que fazem também ajuda.
Os HMB existem, enquanto banda, desde 2007. Na tua opinião, o que é que mudou no panorama da música portuguesa desde então?
Muita coisa. O leque de artistas aumentou. Acho que, nestes últimos dez anos, houve um boom da música portuguesa em vários géneros. Obviamente que há estilos de música, como o hip hop, que têm uma vida própria, mas mesmo o hip hop conseguiu entrar mais no mainstream do que antigamente. Acho que a música portuguesa está bem de saúde. O espaço não é grande, mas todos acabam por ter alguma oportunidade.
O que é que te Sabe a Pouco?
A piscina. Antes de vir para aqui fazer som, estava ótima e eu tive de me vir embora. Soube muito a pouco (risos).
Se pudesses escolher o teu Dia D, qual seria?
Vários dias D. O meu casamento, o nascimento dos meus filhos, o primeiro Globo de Ouro, o Coliseu, o Campo Pequeno.. Um momento que não foi televisionado: nós estivemos num almoço que um amigo preparou para nós e foi maravilhoso e esse dia vai ficar na minha mente para sempre, por isso, foi um dia D.
Qual é o teu Feeling em relação a esta noite?
Eu acho que estão reunidas as condições necessárias para haver festa aqui. Normalmente, quando eu entro em palco pergunto às pessoas se estão prontas para festa. E é esse o meu feeling em relação a esta noite: festa.
Entrevista: Cátia Barbosa
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