O difícil equilíbrio entre a saúde e a economia…

A reportagem do Jornal Mira Online esteve presente na manhã de hoje durante 45 minutos, na Feira de Cantanhede e ouviu vozes preocupadas tanto de comerciantes como de clientes…

É certo que espaço da Feira de Cantanhede é amplo e que as entradas e saídas foram devidamente controladas, mas também é necessário referir que em alguns locais – apesar do número de pessoas naquele momento não ser muito elevado – era de fundamental importância que as pessoas tivessem o cuidado necessário de manter o distanciamento social!

Há meses largos que as Feiras restringiam-se somente a espaços de vendas de produtos alimentares e, nesta terça-feira, Cantanhede voltou a receber outros produtos para serem comercializados, devido ao facto de Portugal ter entrado na segunda fase do desconfinamento decretado pelo governo.

Alguns comerciantes demonstraram à reportagem um “certo alívio por podermos ver alguma luz ao fundo do túnel”, mas todos os contactados foram unânimes na incerteza que ainda impera. “O nosso maior receio” transmitiram, “é o de que tudo isso retroceda e tenhamos de voltar a estaca zero”. É que a grande maioria desses comerciantes têm bem presentes na memória “meses muito difíceis que passamos, com muitas dúvidas e pouquíssimas certezas… para não dizer que não tínhamos certeza alguma quanto ao futuro!”.

Pelo lado dos clientes, a sensação de “prazer por cá estarmos” como disse um casal recém-chegado ao local, à reportagem, também era acompanhada pelo “medo de amontoamento”. Por esse motivo, segundo os próprios, acabaram por ir à feira um pouco mais cedo que o habitual. “Mal ameaçou abrir o sol, chamei a minha Maria e pusemo-nos de caminho”… um caminho não muito longo – dado que afirmaram ser de Cadima – mas, “feito com uma certa rapidez, para evitarmos encontrar muitas pessoas e nenhum lugar próximo para estacionar o veículo”.

Pelo que se viu, não é nem será fácil, estabelecer uma linha vermelha que separe o que os comerciantes necessitam para recuperar um pouco da muita fé perdida no negócio e a saúde de todos e de cada um… sejam vendedores ou compradores.

A sociedade terá de readaptar-se novamente, agora em busca de dias melhores. Nos tempos passados – e não foi assim há tanto tempo… – tudo era possível e permitido. Depois, foi a vez dos confinamentos, das restrições e das proibições puras e duras. Agora, é chegado o momento em que todos, em conjunto, terão de procurar fazer a sua parte em prol de um novo normal. O medo e a angústia só darão lugar a dias melhores se todos – sem exceção – formos melhores!

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Jornal Mira Online