Município de Cantanhede consigna reabilitação da ex-ETPC e Casa da Cultura

O Município de Cantanhede acaba de formalizar o auto de consignação relativo à empreitada de construção de um novo edifício na área ocupada pelas antigas instalações da Escola Técnico Profissional de Cantanhede (ETPC), no âmbito de uma intervenção de fundo que contempla também a reabilitação e adaptação da Casa Municipal da Cultura. O documento foi assinado hoje, 24 de setembro, no decurso de uma reunião da presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, com representantes da empresa adjudicatária e na qual participaram também o vice-presidente da autarquia, Pedro Cardoso, a presidente da Junta de Freguesia de Cantanhede, Aidil Machado, o diretor do Departamento de Obras e Urbanismo, António Coelho Abreu, e outros técnicos do departamento.

Adjudicada por 1.901.640 euros, a obra será executada de acordo com o preconizado no Programa Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Cantanhede, visando dignificar e revitalizar uma área urbana constituída por um edifício incaracterístico, depois de ao longo dos anos ter sofrido várias intervenções para adaptação a diferentes usos e que outrora havia servido de cavalariças e arrumos da Casa do Capitão-Mor, atual Casa Municipal da Cultura.

Com incidência numa área de 3.800 m2, o programa arquitetónico preconiza a integração funcional do novo edifício a construir com a Casa Municipal da Cultura, de modo a valorizar urbanisticamente uma área construtiva com significativa expressão e a dotar com duas frentes urbanas qualificadas aquela que é uma das principais zonas nobres da cidade.

Nesse sentido, o projeto prevê a demolição do edifício da ex-ETPC e a reabilitação do alpendre da parte posterior da Casa da Cultura, que funcionará como elemento configurador da justaposição dos imóveis, no âmbito de “uma estratégia de preservação de uma memória urbana através da continuidade da sua materialidade

Tendo em conta o interesse arquitetónico e o valor patrimonial da Casa Municipal da Cultura, serão salvaguardados os elementos que melhor a caracterizam, reforçando-se também a articulação do Museu da Pedra com novas áreas expositivas através de um átrio comum dimensionado para o acolhimento de grandes grupos e que facultará o acesso diferenciado a cada um dos espaços culturais. Esse átrio ficará acessível por duas entradas, uma pelo Largo Cândido dos Reis, outra a partir do novo espaço público a criar na continuidade do Largo Pedro Teixeira.

Segundo os projetistas, “na distribuição programática houve a preocupação de transmitir ao visitante a clara perceção do carácter público do edifício”, resguardando as áreas privadas de modo a não interferirem com essa leitura.

Além do átrio da entrada principal e da receção com balcão de atendimento, no piso térreo haverá uma sala polivalente, escritórios, posto de turismo, cafetaria e esplanada, jardim e um espaço exterior para realização de eventos ao ar livre, instalações sanitárias e áreas técnicas.

O piso superior é destinado às áreas de exposição, as quais, “pela sua sequência e intercomunicabilidade, podem formar um circuito contínuo e integrado ou funcionar eventualmente como salas distintas, em função do planeamento expositivo”.