Ex-ministro da Economia e das Finanças, passou pelo PCP e PS e foi administrador da Iberdrola. Pina Moura faleceu aos 67 anos.
O ex-ministro da Economia e das Finanças Joaquim Pina Moura morreu esta quinta-feira, na sua casa em Lisboa, aos 67 anos, devido a doença neurodegenerativa, disse à agência Lusa o filho, o fotojornalista João Pina.
Pina Moura entrou na política pela mão do PCP, mais tarde deu o salto para o PS, chegou a ministro e nos últimos anos foi presidente da Iberdrola.
Enquanto esteve nos governos de António Guterres, o então ministro Pina Moura foi responsável pela liberalização do setor da energia.
No XIV Governo Constitucional acumulou as pastas da Economia e Finanças.
Joaquim Pina Moura, ex-dirigente do PCP, entrou para o partido em 1972, onde se manteria até 1991.
Em 1979, na altura da fusão da União de Estudantes Comunistas (UEC) com a União de Jovens Comunistas (UJC) que deu origem à Juventude Comunista Portuguesa (JCP), Pina Moura estava à frente da organização dos estudantes.
A ideia da fusão cozinhada pela direção do partido terá nascido da necessidade de controlar os desvios dos jovens estudantes da UEC que eram mais dados a grandes reflexões e teorias.
A UJC aplaudiu a iniciativa. Da parte da UEC, os ecos de desconforto foram evidentes. Receavam que o “critério obreirista” do PCP, transposto para a juventude partidária, desvirtuasse a JCP. Zita Seabra, uma das principais dirigentes da UEC, opôs-se à ideia, sendo afastada de imediato.
Sucedeu-lhe Pina Moura, o “Cunhal dos pequeninos”, que, ao lado de Horácio Rufino, da UJC, aproximou as duas estruturas.
Da JCP, Pina Moura transitou para o partido, em 1981. O afastamento do PCP deu-se depois de a Comissão Política ter apoiado o golpe de Estado contra Gorbatchov.
Fundou a Plataforma de Esquerda e começou a aproximação ao PS, que o levaria ao Governo. Foi Pina Moura quem arquitetou a famosa convenção dos Estados Gerais do PS.
Lusa / RR