Moradores de Milfontes queixam-se do vandalismo causado por jovens de Cascais, Oeiras e Lisboa

Os moradores de Vila Nova de Milfontes queixam-se do rasto de violência e lixo deixado por quase 400 jovens entre os 12 e os 16 anos que escolhem a vila alentejana como destino de férias. A maioria vem dos concelhos da linha de Cascais.

Madrugada fora, grupos de adolescentes muito jovens percorrem as ruas de Vila Nova de Milfontes, distrito de Beja. Pelo caminho, vandalizam paredes, portas e janelas, danificam automóveis e mobiliário urbano, relata esta quinta-feira o jornal ‘Público’.

Os moradores da vila do concelho de Odemira dizem que os jovens “são quase todos da linha de Cascais, grande parte menores de idade” e há quase vinte anos vêm todos os verões para Milfontes.

Sem qualquer consequência, consomem droga (…) e quantidades exorbitantes de álcool”, queixa-se uma moradora ouvida pelo jornal.

Durante a noite, há já um grupo de residentes que tenta evitar atos de vandalismo durante a noite. Os jovens chegam a ser “encontrados a dormir no meio da estrada e os carros são obrigados a andar em marcha lenta para não haver atropelamentos. Caminham por cima do tejadilho das viaturas, que deixam amolgadas e partem os espelhos retrovisores”, descreve o diário.

Segundo a GNR local, na praia do Malhão, estes jovens deixam lixo “e até colchões que eles levam das casas onde estão hospedados.”

A GNR explica também que os cerca de 400 jovens vieram quase todos de Lisboa, Oeiras e Cascais. Hugo Monteiro, porta-voz da GNR de Beja, diz que “todos os anos os [pais dos adolescentes] escolhem Milfontes”, pelo que “o que está a acontecer já é normal. Todos os anos é a mesma coisa.”

As empresas de arrendamento de casas para férias chegam mesmo a cancelar a marcação na terceira semana de julho, para evitar que sejam os imóveis reservados pelos jovens.

Lusa