Mais de 400 comboios suprimidos devido à greve da IP

Até às 12 horas desta segunda-feira foram suprimidos 430 comboios devido à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), que reclamam aumentos salariais de cerca de quatro por cento. Já no que diz respeito aos serviços mínimos decretados (25 por cento) cinco comboios acabaram por não circular.

A greve dos trabalhadores da IP está a causar fortes perturbações e supressões na circulação de comboios. Entre as 00h00 e as 12h00 foram suprimidos 430 comboios.

Num dia normal teria havido 584 comboios a circular. Dos próprios serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social (25%) não circularam cinco comboios (um comboio regional e quatro urbanos), todos na zona norte do país.

Adesão à greve acima dos 90%

A adesão à greve dos trabalhadores da IP para reclamar aumentos salariais é superior a 90 por cento, referiu o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira.

O sindicalista estimou que a greve no setor ferroviário seja superior a 90 por cento e que no setor rodoviário se aproxime desse valor também.

O coordenador da Fectrans lamentou ainda que esta greve tenha de se fazer face “à intransigência da administração da IP”, salientando que a proposta que lhes foi apresentada no sábado apontava para um aumento salarial inferior a dois euros mensais.

“Não faz sentido que haja um acordo aqui relativamente à IP diferente daquele que foi conseguido na CP, onde houve um aumento intercalar de salários até estar terminada a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho”.
“Proposta inaceitável”
“A resposta que tivemos por parte da administração foi alguma abertura para a negociação mas com uma proposta inaceitável que era a distribuição de uma verba para aumento de remunerações, no chamado subsídio de refeição, que levaria a que os trabalhadores tivessem um aumento mensal inferior a dois euros. A proposta não foi aceite. Fizemos uma contraproposta e é por isso que hoje está a decorrer esta greve”, explicou José Manuel Oliveira.

A CP informa ainda que “não serão disponibilizados transportes alternativos”.

E acrescenta: “Aos Clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades e Regional que não se realizem, a CP permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação, sem custos, para outro dia/comboio”.

Os serviços mínimos definidos preveem 25 por cento da circulação em Lisboa e no Porto, em horário normal e nos serviços Alfa, Intercidades e Internacionais, bem como no comboio da Ponte 25 de Abril (Fertagus).

Os sindicatos reivindicam um aumento imediato na ordem dos quatro por cento, que garanta um mínimo de 40 euros a cada trabalhador.

RTP