Liga dos Bombeiros dá ultimato ao Governo

O Conselho Nacional Extraordinário da Liga dos Bombeiros Portugueses aprovou hoje “por unanimidade e aclamação” dar um ultimato ao Governo até 28 deste mês para aceitar as reivindicações do setor, disse à Lusa o presidente.

“Decidimos priorizar um conjunto de situações que se resumem a dez propostas das 30 que nós temos”, embora todas sejam “para manter”, começou por dizer o presidente da LBP, Jaime Marta Soares.

“E se o Governo até ao dia 28 deste mês não nos der respostas concludentes, e que as aceita, nós vamos retirar o apoio” ao dispositivo dos incêndios florestais, por exemplo, e “também vamos pugnar para que nenhum comandante dos bombeiros participe nos CDOS [Comando Distrital de Operações de Socorro] como oficial de dia, ou seja, nas estruturas da Autoridade Nacional de Proteção Civil”, acrescentou.

Mas, “assumimos perante os portugueses que nunca os deixaremos em circunstância alguma entregues a si próprios, não deixaremos de defender até aos limites das nossas forças os portugueses”, sublinhou Jaime Marta Soares.

“Não vamos ser mais muletas do Governo, sabemos que sem nós não é possível responder aos portugueses nas áreas de socorro, de proteção civil. Ou o Governo aceita isto ou vai ter de responder aos portugueses pela leviandade que são as suas propostas”, considerou.

“Os bombeiros estão a reclamar para poder servir melhor as populações, somos um parceiro de mão de obra barata altamente qualificada”, apontou, tecendo críticas ao Governo.

Esta é uma questão “que é transversal a todos os Governos”, rematou.

A LBP “ficou mandatada pelo Conselho Nacional em envidar todos os esforços que entenda para levar a que o Governo aceite as nossas reivindicações”, concluiu Jaime Marta Soares.

Em Dezembro, a LBP deu um prazo de 45 dias para obter respostas do Governo às propostas de reformas que defende para o setor, nomeadamente uma direção nacional dos bombeiros autónoma e independente, com orçamento próprio, um comando autónomo dos bombeiros, a criação de zonas operacionais e respetivos comandos operacionais, a instalação de mais 250 equipas especiais de primeira intervenção, a alteração do regulamento das equipas e massa salarial ou a criação de comissões distritais de reequipamentos

Lusa