Helena Teodósio reivindica reabilitação da Secundária de Cantanhede antes da transferência de competências para a autarquia

Perante o Secretário de Estado da Educação, João Costa

A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio insistiu ontem, 9 de Julho, na necessidade de o Governo avançar rapidamente com a requalificação da Escola Secundária Lima-de-Faria, “no entendimento de que se trata de um investimento inadiável para assegurar condições adequadas às exigências atuais do processo educativo.”

O repto foi lançado ao Secretário de Estado da Educação, João Costa, durante a abertura do I Encontro de Educação de Cantanhede, no Pavilhão Multiusos de Febres, onde Helena Teodósio reivindicou de novo “a reabilitação de um estabelecimento de ensino que se encontra bastante degradado, o que deve acontecer antes de se concretizar a transferência de competências para a autarquia no campo da educação. Trata-se de um equipamento que é propriedade do Ministério da Educação e não é razoável o Município passar a ter responsabilidades pelo processo educativo num nível de ensino tão importante como o secundário sem que estejam garantidas instalações adequadas para a qualidade de ensino que preconizamos”, afirmou.

Segundo Helena Teodósio, “a Câmara de Cantanhede quer assumir novas competências, incluindo as da educação, pois temos a certeza de que responderemos melhor por elas, o que não podemos é aceitá-las a qualquer preço, ou seja, sem que sejam transferidos igualmente os meios e as condições que permitam exercê-las cabalmente. E a Escola Secundária Lima-de-Faria é um exemplo flagrante disso mesmo”, sublinhou.

Na resposta, o Secretário de Estado da Educação disse que registou “os recados da presidente da Câmara”, adiantando que “o que foi possível fazer ao longo destes quase quatro anos em termos de obra foi muito condicionado pelas verbas do último quadro comunitário de apoio destinadas a infraestruturas em escolas. No Portugal 2020 tínhamos cerca de 300 milhões de euros para todas as escolas do país”, referiu João Costa, enfatizando “a enorme generosidade dos municípios e das comunidades intermunicipais que celebraram protocolos de cooperação com o Ministério da Educação, partilhando a comparticipação pública nacional”.

Na sessão de abertura interveio ainda o presidente da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra, José Carlos Alexandrino, a propósito do Plano Intermunicipal de Prevenção do Abandono Escolar e Promoção do Sucesso Escolar da Região de Coimbra, que classificou “como um projeto aliciante, em que a CIM dispõe de um investimento de 7 milhões de euros no âmbito do quadro comunitário de apoio, permitindo construir caminhos para que haja menos abandono escolar e haja mais promoção do sucesso escolar”.

Os trabalhos do I Encontro de Educação de Cantanhede começaram então com a intervenção do Secretário de Estado João Costa sobre Políticas Educativas para o Séc. XXI, no âmbito de um painel moderado pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Pedro Cardoso, e no qual interveio também João Pinhal, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.  O encontro prosseguiu depois com outro painel sobre Autonomia e Flexibilidade Curricular, com intervenções de Ana Cohen, do Agrupamento de Escolas de Alcanena, e de José Sousa, técnico da Direção-Geral da Educação, e moderado por Teotónio Cavaco, diretor do Centro de Formação de Associação de Escolas Beira-Mar.

O I Encontro de Educação de Cantanhede prossegue hoje no Centro Escolar de Cantanhede, com a realização de 15 workshops. Desta vertente do programa fazem parte temas como a evolução histórica das práticas de políticas públicas educativas, intervenção multinível, critérios de avaliação, trabalho colaborativo e articulação curricular, flexibilidade curricular, inovação, cidadania, humanismo e inclusão, com intervenção de reputados especialistas.

Organizado pelo Município de Cantanhede, em parceria com os agrupamentos de escolas Marquês de Marialva (Cantanhede) Lima-de-Faria (Cantanhede) e Gândara-Mar (Tocha), e com o CFAE – Beira-Mar o encontro foi co-financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Plano Intermunicipal de Prevenção do Abandono Escolar e Promoção do Sucesso Escolar da Região de Coimbra. A iniciativa teve como objetivo “promover o debate sobre estratégias educativas que permitam dar resposta qualificada aos desafios da evolução tecnológica, da aprendizagem ao longo da vida, da inclusão, da coesão social e do desenvolvimento territorial sustentável”.