França ordena fecho de todos os estabelecimentos “não essenciais”

O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, ordenou o encerramento de todos os estabelecimentos abertos ao público “não essenciais” a partir da meia-noite de hoje, perante o aumento dos infetados no surto de Covid-19.

“As primeiras medidas tomadas para limitar os ajuntamentos de pessoas não foram implementadas de modo perfeito”, o que levou a “uma aceleração na propagação do vírus e, em alguns territórios, a um aumento do número de pessoas submetidas a ressuscitação”, afirmou Édouard Philippe.

Por seu turno, o diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon, indicou que o país passou à Fase 3 (de 3) de combate à propagação acelerada da epidemia, o que significa que o vírus está agora a circular em todo o território.

A partir de domingo, só poderão abrir no país lojas de alimentos, farmácias, postos de combustíveis, bancos, tabacarias e quiosques, disse o primeiro-ministro numa conferência de imprensa, onde anunciou o encerramento de bares, restaurantes, discotecas, cinemas e outras lojas não essenciais.

O transporte público continuará disponível, mas o governante apelou aos cidadãos para limitarem as viagens, especialmente as viagens intermunicipais.

Em paralelo, o país irá realizar eleições municipais no domingo, depois de os peritos não terem aconselhado a sua suspensão.

“Confirmaram-nos que [as eleições] podem ser mantidas no estrito respeito às regras de distanciamento e com prioridade para os idosos e frágeis”, disse o chefe de governo, convencido de que os franceses irão revelar “calma e civismo”.

Nas últimas 72 horas, a França duplicou o número de pessoas afetadas, que agora é de 4.500, segundo números oficiais. Os dados indicam também 91 mortes, 12 a mais do que no dia anterior, e 300 pacientes em estado grave.

“Devemos todos mostrar mais disciplina juntos”, disse o chefe do governo.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo e o número de infetados ultrapassa as 151 mil pessoas, com casos registados em mais de 137 países e territórios, incluindo Portugal, com 169 casos confirmados.

Lusa