Fisioterapia em bebés: é seguro? Como em que situações pode ajudar?

 

 

Fisioterapeuta Liliana Lopes,

Especialista em pediatria e saúde na mulher

ProReab- Reabilitação Avançada

 

 

Exponho, de seguida, alguns dos casos mais frequentes que surgem na minha prática clínica, de trabalho com bebés e crianças, em que a fisioterapia revela ser uma abordagem segura, conservadora, sem medicamentos e altamente eficaz: consideremos o torcicolo congénito, subluxação da anca, alterações na marcha e problemas respiratórios.

TORCICOLO CONGÉNITO

Um torcicolo congénito trata-se de um encurtamento unilateral de um músculo do pescoço, o esterno-cleido-occipito-mastoideu (na maioria dos casos), que se verifica logo após o nascimento do bebé, até sensivelmente aos três meses de vida.

Repare bem na postura que o seu bebé adota nas diferentes tarefas e brincadeiras do dia-a-dia. Visualmente, o que se nota é:

– Inclinação para o lado do encurtamento muscular e rotação da cabeça

– Dificuldade em colocar a cabeça na posição correta

Que repercussões podem advir deste desalinhamento? Restrição de movimento da cabeça e pescoço por desequilíbrio muscular, plagiocefalia (cabeça plana), assimetria crânio e face, escoliose.

SUBLUXAÇÃO DA ANCA

Subluxação da anca ou displasia do desenvolvimento da anca, consiste numa alteração da articulação da anca, em que o encaixe da cabeça do fémur no acetábulo, está comprometido.

Esta alteração é detetada através de alguns testes (manobras) físicos e confirmada por exames completares de diagnóstico (Ecografia).

Alguns dos sinais que deve estar atento são:

– Assimetria dos membros inferiores (pernas).

– Dificuldade na colocação da fralda.

Esta lesão traz algumas repercussões a nível da nível da marcha como por exemplo caminhar em pontas dos pés

ALTERAÇÕES NA MARCHA

Inúmeras são as alterações que se podem encontrar desde o momento que o seu bebé começa a caminhar.

Há que ter em atenção, se o seu bebé tem as duas fases distintas da marcha. Uma de apoio (no solo) e outra oscilatória (no ar).

Os desequilíbrios musculares por posturas mantidas e negligenciadas são frequentes, (por ex, se a criança passa muito tempo sentada na posição W) refletindo-se por vezes num aumento do número de quedas, sinal que os pais facilmente detetamerelatam em consulta.

A avaliação da marcha é um fator importante, para se perceber se haverá alguma alteração do foro neurológico, ou músculo-esquelético.

 

PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS

“O meu filho anda com pieira, imensa expetoração, dificuldade em respirar, acorda de noite a tossir! Fui ao pediatra que receitou medicação e nebulizações (“vapores”). Mas já ouvi falar em tratamento de Fisioterapia Respiratória, contudo não faço ideia do que se trata!”

Fisioterapia ou Cinesioterapia Respiratória. O que é?

Especialidade da Fisioterapia que se dedica ao tratamento de problemas do sistema respiratório. Tem como objetivo a desobstrução brônquica, que implica os seguintes passos: desobstrução nasal; fluidificação das secreções; mobilização das secreções e progressão das secreções; mobilização do tórax; expulsão.

É uma técnica guiada por auscultação, que constitui a base da avaliação específica do Fisioterapeuta e é indispensável para a tomada de decisão terapêutica. A auscultação permite analisar os ruídos respiratórios, que são uma referência direta e objetiva para a Fisioterapia respiratória, conseguindo atuar no sítio certo e selecionar as manobras mais eficazes.

Em que patologias é aplicada?

Hipersecreção nasal e/ou brônquica | Infeções Respiratórias | Bronquiolite | Bronquite | Pneumonia | Asma Brônquica

A indicação depende muito da linha do pediatra, mas em geral, a fisioterapia respiratória é recomendada para os quadros em que o bebé ou a criança apresente algum tipo de desconforto respiratório, que resulta numa acumulação de secreção que não consegue ser eliminada de forma autónoma.

Como é o decorrer de uma consulta de fisioterapia pediátrica e respetivo tratamento com o seu bebé ou criança?

Após uma avaliação do historial clínico e avaliação física do seu filho, é traçado o tratamento.

Há sempre lugar para alguns ensinos simples, mas de extrema importância e eficácia, para que a sintomatologia diminua e o tratamento tenha, de certa forma, seguimento em casa.

As suas dúvidas nunca devem ser desvalorizadas, pergunte e esclareça-se durante a consulta.

Venha conhecer-nos e trate do seu filho de uma forma não invasiva, rápida e sem recurso a medicação.

Para mais informações e agendamento de consultas contacte-nos através do número : 231 458 666/ 925409666

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Fontes bibliográficas do texto:

Domingues, S., Melo, C., Magalhães, C., Figueiroa, S., Carrilho, I., & Temudo, T. (2016). Marcha em pontas idiopática em idade pediátrica. NASCER E CRESCER.

Kaplan, S. L., Coulter, C., & Fetters, L. (2013). Physical Therapy Management of Congenital Muscular Torticollis: An Evidence-Based Clinical Practice Guideline. Pediatric Physical Therapy, 348-394.