Filarmónica dos Covões celebrou o seu 154º aniversário

Foi no passado dia 13, que a Filarmónica mais antiga do Concelho de Cantanhede festejou mais um aniversário – 154 anos. Estas celebrações, que ocorreram ao longo dos dias 13 e 18 de junho, tiveram particular importância, pois marcam o retomar de uma tradição que, nos últimos dois anos, foi impossível manter, devido à pandemia provocada pelo vírus da Covid-19.

No dia 13, dia de Santo António, padroeiro da freguesia e também da filarmónica, lá estava a “Banda dos Covões” (como é carinhosamente conhecida pelas gentes da sua terra) na Igreja Paroquial, para acompanhar a celebração da missa aniversária presidida pelo Pe. Henrique Maçarico que, no fim da homilia, procedeu à bênção dos instrumentos entregues aos doze novos músicos que ingressavam, nesse dia e pela primeira vez, as fileiras da banda.

Finda a missa, e como vem sendo habitual, a filarmónica rumou ao cemitério, onde depôs uma coroa de flores na campa do seu fundador, Manoel Francisco Miraldo, como forma de homenagear todos aqueles que fizeram parte da coletividade e que ali estão sepultados. Uma vez terminada a romagem, os presentes dirigiram-se à sede da banda, onde houve lugar à cerimónia de aposição do quadro com a fotografia do Ex-Presidente Belmiro Seabra, no mural dos Ex-Diretores da instituição. Seguiram-se os habituais discursos, com especial ênfase para o da Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, que enalteceu a longevidade de uma casa que, segundo palavras da própria, também é a sua casa, destacando todo o trabalho feito nestes últimos anos e deixando uma palavra de grande incentivo para que a nova direção possa continuar a engrandecer o bom nome da Associação.

O dia culminou com o jantar de aniversário, no qual estavam presentes cerca de uma centena de pessoas, entre diretores, maestro, músicos, associados, familiares e amigos da banda, em geral.

Este ano, e por iniciativa da nova direção, em particular do seu Presidente Mário Cavadas, as comemorações do 154º aniversário alargaram-se, também, ao dia 18 de junho, como forma de integrar a população de Covões nesta data tão especial. Durante a tarde deste dia, foi possível assistir à audição dos alunos da Escola de Música, no Largo Santo António, onde os mais novos talentos da Banda tiveram oportunidade de mostrar todo o trabalho desenvolvido ao longo deste último ano letivo, e também com a apresentação de ensembles de clarinetes, Saxofones e trompas. Outra das grandes novidades deste dia foi a chegada, pelas 18horas, da banda convidada – AIRA (Associação de Instrução e Recreio Angejense) – Banda de Angeja, que foi recebida pela banda anfitriã, havendo lugar aos habituais cumprimentos entre Diretores e Maestros. De seguida, as duas bandas tiveram oportunidade de desfrutar do jantar oferecido pela banda aniversariante, na sua sede, onde o convívio e a amizade entre congéneres foi absolutamente notório e salutar.

Passava pouco das 21:30 horas, quando os primeiros acordes soaram novamente no Lardo Santo António, em Covões – a Banda de Angeja iniciava, assim, o seu concerto, interpretando o passodoble “El Torico de la cuerda”, da autoria do compositor espanhol Luís Serrano Alarcón, de seguida, a plateia teve a oportunidade de ouvir diversas obras de diferentes compositores nacionais e estrangeiros, tais como: Wagner, Valdemar Sequeira, Luís Cardoso, entre outros.

Às 22:40 horas subiu, finalmente, ao palco a Banda da Casa, para brindar todos os presentes com um concerto diversificado e bastante eclético, no entanto, mais curto que o previsto, pois as condições climatéricas não permitiram levar a cabo o repertório que estava inicialmente previsto, e que contava com obras dos compositores Naohiro Iwai, Nuno Osório, Luís Cardoso e também do maestro Fausto Moreira, que compôs a Marcha/Hino da Filarmónica, por ocasião do seu 150º aniversário, e que seria a última obra a executar nessa noite pelas duas bandas em conjunto – Santo António e São Pedro não estiveram de acordo e o Hino não foi interpretado. No entanto, e terminado que estava o concerto, a Direção da Filarmónica de Covões fez questão de seguir com o alinhamento do espetáculo e, tal como estava previsto, chamou um a um os músicos com mais de 10 anos ao serviço da coletividade, para homenageá-los por todo o seu empenho e dedicação à filarmonia em geral, e à Filarmónica de Covões, em particular. Este reconhecimento traduziu-se na entrega de um Pin de Prata com o emblema da Banda com anos de serviço gravados e um Diploma de Reconhecimento.

No final destas homenagens, e cumprindo aquilo que é a tradição de um Encontro de Bandas, as coletividades trocaram, também, alguns presentes, enquanto maestros e dirigentes se cumprimentavam, para de seguida agradecer, não apenas, o convite endereçado, mas também a presença da Banda de Angeja em Covões, que muito honrou o compromisso assumido e a Banda Anfitriã do evento.