Festejos do Carnaval de Sines cancelados devido à pandemia

Associação de Carnaval de Sines decidiu cancelar os festejos da edição deste ano devido à pandemia de covid-19. A decisão foi tomada na sequência do confinamento geral determinado pelo Governo na última quarta-feira.

A Associação de Carnaval de Sines, no distrito de Setúbal, decidiu cancelar os festejos da edição deste ano devido à pandemia de covid-19. A decisão foi tomada na sequência do confinamento geral determinado pelo Governo, na última quarta-feira.

“O Carnaval de 2021 está cancelado, assim como alguns projetos que tínhamos pensado para assinalar a data. Com o aumento de casos de covid-19 na região e no país já não vai ser possível”, avançou à agência Lusa o presidente da associação de carnaval de Sines, Rui Encarnação.

“[O grupo de percussão] ‘Skalabá Tuka’ anunciou há pouco tempo uma parceria com a associação de Carnaval que estava a ser estudada, caso os números [covid-19] se mantivessem baixos. Como isso não aconteceu, decidimos que o melhor seria cancelar”, adiantou.

Assim, a associação decidiu não avançar com algumas das iniciativas programadas, como o desfile de um ‘trio elétrico’ pelas ruas da cidade, um evento online e uma exposição no Centro de Artes de Sines.

No entanto, indicou Rui Encarnação, a associação está “a ponderar, em conjunto com a Câmara Municipal de Sines, lançar um vídeo do início do Carnaval para que a data não passe em branco”.

“Queremos fazer a festa e ir para a rua, mas só quando as coisas estiverem bem e essa deve ser a nossa principal preocupação, que se cuidem das vidas humanas primeiro. Quando o Carnaval de Sines voltar será uma grande festa da união”, realçou.

Não obstante, segundo Rui Encarnação, esta situação representa “prejuízos para a associação”, que “não está a conseguir cumprir com os acordos de pagamentos com as empresas” referentes a dívidas.

“A nossa grande fonte de receita é o Carnaval, além de outros eventos como as Tasquinhas de Sines e a festa de Passagem de Ano, onde era possível angariar algum dinheiro para cumprir com esses acordos de pagamento relativamente a dívidas do passado”, lamentou o responsável.

Para conseguir ultrapassar esta situação, a associação “conta realizar alguns eventos, mesmo que não sejam físicos, para tentar angariar alguma verba e cumprir com todas as obrigações”.

Os festejos, que se celebram em Sines desde 1926, contaram o ano passado com a visita de 50 mil pessoas e a participação de cinco escolas de samba, 17 carros alegóricos, 15 grupos alegóricos e oito foliões.

Durante os três dias de festa, além dos desfiles na principal avenida da cidade, incluindo o corso noturno, o programa do Carnaval costuma incluir um desfile de matrafonas, um baile de máscaras sénior, um torneio de futebol trapalhão, bailes noturnos e o já tradicional enterro do Entrudo.

Lusa