FALAR SOBRE… “E assim vai o país…” (António Veríssimo)

Não podia iniciar esta crónica sem falar dos incêndios. Durante cerca de uma semana, Monchique foi devastada pelo fogo com Silves e Portimão a serem também beliscadas.

No final, além da devastação, alguns feridos e algumas pessoas sem casa. Mas já vimos este filme.

E a propósito de incêndios, sabemos que alguém se abotoou com dinheiros que tinham como destino as vítimas de Pedrógão Grande e sabemos também que muito do dinheiro do Estado prometido a empresas e autarquias ainda não chegou.

No editorial do último Boletim Municipal, o edil mirense Raul de Almeida quantifica o dinheiro gasto (1.900.000 euros) mas adianta que “a quantia foi já validada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro” mas “não chegou ainda qualquer quantia”.

Por outro lado, em cima do incêndio de Monchique, o 112 deu buraco. Segundo uma investigação do jornal I “173 chamadas ficaram sem resposta” e o tempo de demora no atendimento “chegou a ser de mais de 20 minutos”. Além disso, durante três dias, “metade do país foi atendido por apenas três assistentes”.

Como se não bastasse tanta desgraça, a CP resolveu mexer em horários sem passar cavaco a ninguém e mostrou a desorganização que anda por ali. A propósito, não se entende que para este governo a ferrovia tenha passado para segundo plano e as populações servidas pelo Ramal da Lousã e as que eram servidas pelo Ramal que ligava a Figueira da Foz à Pampilhosa continuam a ouvir falar em metros quando o que querem é os comboios de volta.

A Plataforma Nacional de Defesa da Ferrovia (de que fazem parte o Movimento Cívico pela Linha do Tua, o Movimento Cívico pela Linha do Corgo, o Movimento Gota D’Água, o Movimento de Defesa do Ramal Pampilhosa – Figueira da Foz, o Grupo de Amigos da Ferrovia Norte Alentejana, o Movimento Cultura e Cidadania, o Grupo de Apoio á Ferrovia Aberta, a Associação Valonguense de Amigos da Ferrovia, a Associação de Amigos do Concelho de Foz Côa e a Acordai!- acção livre e democrática de cidadania) está em luta e promete novas acções em breve.

E assim vai o país…

 

António Veríssimo