“Palheiros de Mira” é o novo (nome) do Museu da Praia de Mira. É nele que está retratada grande parte da história de um povo de têmpera rija que não se deixou, jamais, vencer pelo mar bravio.
Quem estiver pela Praia de Mira – ou até lá se deslocar – tem, desde este sábado, mais um espaço onde poderá desfrutar da rica história da Freguesia, conhecendo de perto apetrechos utilizados desde há muito tempo, para que a vida se fizesse – e ainda se faça – de uma forma muito intensa por quem se sente zua de alma e coração.
Ali fora, junto à Barrinha, em dia de inauguração oficial, muitas foram as pessoas que assistiram a um vídeo real, sem sensuras, sem atores contratados para o efeito. Homens que entregaram o Destino pessoal ao mar alto e que ainda hoje o fazem, contaram histórias de vida e de abnegação por um trabalho árduo que lhes servia e serve, como meio de subsistência.
Naquele vídeo – que pode ser visto no próprio Museu – as peripécias contadas, sempre na primeira pessoa, tocam profundamente quem as ouve e ao mesmo tempo observa os semblantes daqueles homens do mar. Ver o vídeo, portanto, pode ser um excelente ponto de partida para depois circular nos dois pisos do Museu. É que, conhecendo os rostos enrugados e as mãos calejadas de quem ousou desafiar a dura natureza, por exemplo, na pesca do bacalhau, percebe-se melhor aquilo que está ali retratado num labirinto de sensações em meio a cada artefato.
Peças e imagens em abundância, espaço remodelado com sobriedade, qualidade exemplar nos mais pequenos detalhes… há tanto por onde pegar! Mas, quem se der ao trabalho de ver retratado o amor que aqueles homens devotam ao mar, certamente perceberá que eles são o maior património daquele Museu!
Imperdível local, este, para quem aprecia o verdadeiro sentido da expressão “sangue, suor e lágrimas”…
Francisco Ferra / Jornal Mira Online
