Empresa Mirense aposta no mercado de Cabo Verde para “irrigar com gratidão” o solo pobre de Santa Cruz

Nascida em Mira, a Litoral Regas leva o seu know-how até Cabo Verde e cria a Insular Regas como “forma de gratidão” segundo Miguel Grego.

Miguel Grego, Joaquim Cantadeiro e Afonso Costa, são três empresários que há cerca de dois anos, iniciaram o projeto de criação de uma empresa “que pudesse cumprir o papel de incremento da agricultura cabo verdiana, que sofre de enormes carências”, como admitiu Miguel Grego, o porta voz deste projeto, para a reportagem do Jornal Mira Oline.

Imbuídos de “um enorme espírito de missão” os empresários apostam, com esta empresa, na “formação e capacitação de agricultores jovens mas, também, num ângulo mais alargado no âmbito social e voluntariado, onde a nossa empresa, Mira, Portugal, Santa Cruz e Cabo Verde consigam estreitar ainda mais os laços que nos unem”.

Admitindo que o mercado cabo verdiano é “pequeno” “não sendo o mercado de eleição da nossa aposta na internacionalização” ainda assim – diz – “pensamos que faz todo o sentido a implementação da Insular Regas, devido aos motivos que já mencionei: a nossa enorme vontade de cooperarmos com aquelas populações”.

“Eu, Joaquim e Afonso estamos a colocar em prática aquilo que consideramos ser uma cultura empresarial que que é pensada “fora da caixa”: temos a convicção de que não podemos olhar somente para mercados “que dão dinheiro”… queremos contribuir para que – neste caso, Cabo Verde – outras regiões possam, também elas, crescer em conhecimentos na área agrícola, na consciencialização da importância que a água potável tem nas nossas sociedades”. Dito isto, Miguel Grego confessa-se “extremamente satisfeito” pela forma “como as autoridades locais compreenderam que somos parceiros delas e das gentes que já se encontram a usufruir, de alguma forma, da tecnologia e dos conhecimentos que vamos implantando aos poucos”, o que os leva a acreditar que “com a enorme vontade que todos temos, em traduzir em resultados o investimento que se vai fazendo” o futuro possa vir a ser risonho, a médio-longo prazo.

Apresentar soluções no que se refere à importância da qualidade da água, dando permanente acessoria técnica aos agricultores e fazer com que estes consigam obter o máximo dos poucos recursos de um solo muito pobre, são – neste momento inicial – as ideias centrais do projeto que teve um diagnóstico – “um balão de ensaio” –  de cerca de dois anos.

A apresentação formal da Insular Regas aconteceu na Câmara Muncipal de Santa Cruz e contou com a presença de algumas das mais importantes personalidades locais, da área agrícola, bem como do Embaixador português, numa clara e inequívoca demonstração de apoio de todos os que acreditam que o projeto, mais que ter pernas para andar, tem muito do que é necessário, para dar certo.

O tempo dirá se aquilo que Miguel Grego classifica como “uma arriscada e, ao mesmo tempo, assumida aposta no bem comum” nasceu para dar frutos. A certeza que fica, porém, é a de que os enormes conhecimentos técnicos aliados à grande vontade de aprendizado, são motivos mais que suficientes para que a confiança exista. Em Mira nasceu a ideia e o desejo. Em Santa Cruz, nasceu um projeto que honra a memória de laços do passado entre Portugal e Cabo Verde e projeta, já hoje, um futuro promissor…

Jornal Mira Online

Imagens: YouTube e Câmara Municipal de Santa Cruz

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