Em Cadima, o campeão foi mandão…

Tinha tudo para ser um dia de festa mas o S. Pedro não foi amigo: a chuva que caiu na hora de almoço pode ter afastado adeptos do Fujanco no dia em que Portugal ficou a conhecer o Parque Desportivo da UR Cadima através do Canal 11 em jogo da Liga BP. O campeão nacional, SC Braga foi o ilustre adversário…

Duas realidades completamente diferentes defrontaram-se na 3ª jornada e essa desigualdade ficou bem patente durante os 90 minutos de jogo em que a equipa da cidade dos arcebispos foi dominante. Apenas em tímidos contra-ataques a equipa da casa esboçou aqui e ali uma tentativa de alvejar a baliza defendida por Houriham mas sem sucesso.

As visitantes entraram na partida a vencer. Aos 2 minutos Keane de cabeça não se fez rogada perante o desnorte defensivo local e atirou a contar. Ainda não refeitas do choque e Keane voltava a marcar: Proença ainda defendeu o primeiro remate mas oportuna, a atacante bracarense só teve de encostar.

O inicio estava complicado para as locais que demoravam acertar o ritmo. Quem não estava para esperar era Keane, que ao minuto 10 aproveitou um cruzamento da direita e oportuna voltou a bater Proença fazendo, assim, um hat-trick .

O ritmo dos golos era preocupante mas aos poucos o Cadima foi conseguindo encaixar no adversário e começava a dificultar um pouco mais as possibilidades de finalização. Aos 16’ Keane volta ameaçar mas foi aos 21 que o publico local mais se manifestou: Dias e Luana conseguem entrar na área visitante. Com a última a ser projetada, reclamou-se grande penalidade mas bem junto ao lance a juíza da partida mandou seguir.

O jogo estava mais calmo apesar de controlado pelas visitantes. As locais tinham dificuldade em ter posse, umas vezes por falta de confiança mas na maioria pela grande pressão sofrida sobre o portador da bola. Aos 25 minutos chegou o quinto da partida, Pratt tentou cruzar, a bola sai na direcção da baliza e surpreende a guardiã local num golo algo estranho, mas a contar.

O Braga continuava à procura do golo, o Cadima mais solidário e mais assertivo ia dificultando e tentou aproveitar a velocidade do seu trio de ataque mas com pouco sucesso. Ao minuto 44, o caricato: Francisca à saída de Proença consegue enviar a bola na direcção da baliza mas Antónia chega no momento certo para evitar o golo contudo apenas a auxiliar conseguiu ver o que mais ninguém viu (porque não existiu) e validou o quinto golo. Pouco depois chegava o descanso.

No inicio da segunda metade o Braga mexeu na equipa tirando as internacionais Dolores e Vanessa, mas não alterou o ritmo de jogo nem ambição. O descanso deu para retificar posicionamentos nas locais que fizeram um segundo tempo de maior acerto ainda que longe da guardiã Houriham.

O primeiro remate do segundo tempo foi de Keane, a possante dianteira não precisa de muito espaço para alvejar a baliza e foram muitas as vezes que o tentou mas quem bisava era Francisca que no interior da área não desperdiçou a oportunidade de ampliar a sua conta pessoal. Estávamos no minuto 50.

O sol espreitou o Fujanco, por aquela altura mais parecia um pais tropical. O sol despertou as locais que, mesmo sem conseguirem equilibrar o jogo foram mais assertivas e obrigaram o Braga a tentar o golo sempre de longe. Francisca, Ana Teles e Keane foram as mais inconformadas, mas nas vezes que tentaram, erravam o alvo ou encontraram em Proença um obstáculo seguro.

O tempo estava esgotado e o som do último apito era esperado mas ainda houve tempo para o golo de Sofia que aproveitou da melhor maneira um ressalto de bola na defensiva local na sequência de um canto e fechou a contagem.

Final da partida com uma vitória completamente justa do actual campeão nacional que demonstrou no Fujanco o porquê de ter feito um excelente percurso na liga dos campeões. Com armas completamente diferentes o Cadima colocou a alma em campo, fez da união a sua arma e tentou dignificar o espectáculo como podia. Se não fez mais é porque o seu adversário não o permitiu.

Ambas equipas facilitaram o trabalho da equipa de arbitragem.

Texto de Mariana Mendes, a quem o Jornal Mira Online agradece a disponibilidade.