“É previsível que a curva aumente pelo menos até ao final de abril”, diz Marta Temido

A ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou hoje que com dados disponíveis à data é previsível que a curva epidemiológica do novo coronavírus “aumente pelo menos até ao final de abril”.

De acordo com Marta Temido, existem neste momento 245 infetados em Portugal, 18 deles internados em unidade de cuidados intensivos. Destes, oito são casos “críticos que inspiram preocupação”, referiu.

Ainda relativamente aos números, a ministra diz que “é previsível que a curva aumente pelo menos até ao final de abril e que até lá o comportamento da curva dependerá do comportamento individual”.

Depois desta fase que, neste momento, se estima se situe no final de abril, a ministra da Saúde advertiu que haverá “ainda casos de doença”.

“Temos que nos preparar para este cenário e para esta realidade que é provavelmente a realidade que nos espera”, pediu.

Como medidas relativas aos profissionais de saúde, Marta Temido lembrou que foi recomendado que estes suspendessem as férias marcadas para o período da Páscoa — além disso, não é obrigatória que as férias sejam marcadas até Março e os dias que não forem gozados este ano pode transitar para o próximo. “Este ano não será possível que a Páscoa seja um período de partilha com a família para os profissionais de saúde”, referiu, não deixando de dizer que viu “com emoção” a manifestação de apoio dos cidadãos aos profissionais de saúde, através das palmas às varandas.

“Eles são o melhor do sistema de saúde e merecem todo o nosso apoio”, enalteceu, garantindo que o Governo tudo fará para os proteger.

O Governo vai ainda permitir que os profissionais de saúde que não podem ficar em casa possam transferir para outra pessoa o subsídio a que teriam direito caso pudessem dele usufruir.

Sobre os doentes, estão a ser terminadas “as normas dos fluxos de encaminhamento” de doentes com Covid-19, dando-se primazia ao tratamento em ambulatório e domiciliário.

A ministra agradeceu ainda a “tantos que têm mostrado vontade de ajudar”, referindo os equipamentos de proteção individual da China, os ventiladores do setor privado e a realização de testes em laboratórios privados.

Sobre segunda-feira, que “é um dia em que muitos setores de atividade vão trabalhar”, Marta Temido avisou que é “importante que esse trabalho aconteça disciplinadamente”.

“A melhor forma de nos ajudarmos uns aos outros é garantir que aquilo que não atividades imprescindíveis são temporariamente suspensas, adiadas e aquilo que são atividades em nome do bem comum, do interesse comum do normal funcionamento da sociedade, continue”, pediu.

“Estamos a preparar o nosso sistema de saúde para dar a melhor resposta possível”, reforçou, alertando que “todos somos poucos para parar a Covid-19”.

Questionada sobre as afirmações do presidente do Sindicato Independente dos Médicos que referiu que existem 50 médicos infetados com o novo coronavírus e mais de 150 em quarentena, Marta Temido confirmou casos de contágio de profissionais, sem referir quantos.

Madremedia