Detido e libertado eleito pelo Chega em Moura suspeito de disparar contra família sueca

A PJ anunciou este sábado a detenção de um homem, de 53 anos, suspeito de ter efetuado disparos com arma de fogo contra uma família sueca, no concelho de Moura (Beja), “aparentemente por ódio racial” e que, adianta o Diário de Notícias, fez parte da lista do Chega que se candidatou à Junta de Freguesia da Póvoa de S. Miguel.

Nesta freguesia, segundo o portal do Ministério da Administração Interna para as Autárquicas do último mês, o Chega elegeu dois elementos para a autarquia que vai ser liderada pelo PS.

Um dos eleitos pelo Chega, Vítor Ramalho, que de acordo com o site da junta de freguesia assumiria funções como vogal para os próximos quatro anos, é o suspeito, confirmou a TSF.

Em comunicado, a PJ indicou que o suspeito foi detido, por elementos da Diretoria do Sul desta polícia, por existirem “fortes indícios” da prática do crime de homicídio qualificado na forma tentada.

Segundo a PJ, as vítimas são um casal de cidadãos suecos – em que o pai, explica o DN, é de origem africana – e sete filhos menores, com idades entre os 11 anos e três meses, cujo “veículo de passageiros onde seguiam adaptado a caravana” foi “atingido com disparos de arma de fogo”.

A agressão, adiantou a Polícia Judiciária, ocorreu na tarde do passado dia 8 de outubro e foi “perpetrada na sequência de contenda ocorrida momentos antes, aparentemente determinada por ódio racial”. O DN adianta que a discussão entre os envolvidos estaria “relacionada com questões de imigração e subsídios”.

“Após a altercação com o elemento do género masculino do casal, o suspeito perseguiu a viatura onde seguiam as vítimas, executando o crime assim que se mostrou oportunidade”, refere a polícia.

De acordo com a PJ, após a agressão, o suspeito “abandonou o local” e esforçou-se por “ocultar das autoridades objetos e veículos utilizados” na sua execução.

Na sequência de “trabalho de investigação”, sublinhou, foram “recolhidos relevantes elementos probatórios que conduziram à cabal identificação do suspeito e ditaram a emissão de mandados de detenção fora de flagrante delito”.

O detido já foi presente a tribunal para primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicadas medidas de coação não detentivas. O DN explica que foi o Ministério Público de Moura quem “levou o detido a tribunal sem ter promovido medidas de coação além do Termo de Identidade e Residência”.

TSF/Lusa

Imagem: Portuguese Eyes/Vitor Oliveira