Desempregada e doente, Maria não deixou o filho viver

Dois corpos, mãe e filho, na cama de um quarto, mortos por ingestão de veneno. Quando os bombeiros chegaram ao local, uma casa no Lombo de São João, freguesia da Ponta do Sol, Madeira, já não puderam fazer. A corporação dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Brava recebeu o alerta às 02.30 de ontem, dado pela filha adulta de Maria Violante Pontes, que chegou a casa e encontrou os corpos da mãe e do irmão Gabriel, de 11 anos, disse ao DN o graduado de serviço dos bombeiros, José Ribeiro.

A mãe terá primeiro dado o pesticida ao filho e depois ingeriu o mesmo veneno para se matar. É a chamada “morte por misericórdia ou por altruísmo”: tirar a vida a um filho por entender que este ficaria muito infeliz a viver sem si.

A Polícia Judiciária (PJ) do Funchal, que ficou a cargo da investigação, ainda não apurou se Gabriel tomou o pesticida num alimento e nem se apercebeu do que ia acontecer, ou se a mãe o forçou.

Pela casa, Maria Violante deixou “vários escritos” espalhados, como explicou fonte da PJ ao DN, nos quais justificava o ato trágico. Nessas cartas ou bilhetes à família, a mulher recordou que estava doente com cancro e desempregada. A agravar o quadro depressivo, o seu último companheiro, padrasto dos filhos, tinha-se suicidado recentemente. Maria Violante já estava separada do pai dos filhos.
Fonte: DN Foto: Rui Silva /ASpress / Global Imagens