Comissão Política Distrital de Coimbra do CDS toma posição sobre decisão da Universidade de Coimbra

“Liberdade e liderança pelo exemplo

Confrontado com o recente anúncio por parte da Universidade de Coimbra, pela voz do seu Reitor, de que a partir de Janeiro de 2020 pretende abolir o consumo de carne de vaca das 14 cantinas da UC, o presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do CDS, Rui Nuno Castro, reage com desalentada surpresa.

Percebendo, concordando e acompanhando o Reitor da UC quando refere que “a Universidade de Coimbra deve estar na vanguarda da luta pela preocupação com o ambiente”  e que as “alterações climáticas são um assunto muito sério”,  Rui Nuno Castro só diverge na opinião ao considerar que anunciar a abolição de carne de vaca das cantinas da UC não é de todo uma medida emblemática, entendendo mesmo que o momento de hiper-sensibilidade política que vivemos actualmente deveria determinar uma maior ponderação na forma de posicionar a UC nessa vanguarda da defesa do ambiente.

A Universidade de Coimbra preocupa-se em formar jovens e preocupa-se com o seu futuro. Nessa medida, consideramos que existem métodos mais eficazes de introduzir hábitos que coloquem a defesa do ambiente no topo das suas prioridades, nunca perdendo de vista que a melhor forma de liderar para estar na vanguarda é liderar pelo exemplo. O presidente do CDS Coimbra entende que não é com abolição, proibição ou outra qualquer medida de restrição da liberdade de cada um que vamos conseguir introduzir hábitos que induzam comportamentos sustentáveis visando qualquer transformação cultural.

Nas palavras de Rui Nuno Castro, “para o CDS é essencial que as políticas de ambiente sejam cientificamente sólidas”, chegando mesmo a afirmar que “não podemos aceitar que medidas desta natureza que, pelos vistos, podem até ser questionáveis sob o ponto de vista científico, desconsiderem o papel insubstituível da agricultura no combate aos desafios climáticos”.

Medidas emblemáticas e positivas seriam, por exemplo, a implementação de medidas que premiassem comportamentos responsáveis sob o ponto de vista ambiental, como planos de bonificação, através da adopção de cartões de pontos (eco-cards) que possibilitassem incentivar comportamentos ambientais relevantes na população universitária, ou a criação de “um sistema de mobilidade, sem recurso a combustíveis fósseis, que permitisse aliviar total ou substancialmente a zona da Alta e da Universidade da pressão de tráfego automóvel que se sente hoje”, afirmou Rui Nuno Castro.

Acreditamos na bondade do projecto para atingir a neutralidade carbónica da UC e acompanhamos a ambição de contribuirmos para uma cada vez menor pegada global de carbono, mas também defendemos que o devemos fazer com a ponderação e responsabilidade a que a relevância nacional e internacional da Universidade de Coimbra obriga.

O presidente do CDS Coimbra termina dizendo que “já tive oportunidade de partilhar esta posição com o Reitor da Universidade de Coimbra, e, no fundo, concordamos no conteúdo, mas discordamos na forma”.

“São os alunos, não a Universidade, a escolher o que devem ou não comer no âmbito de uma alimentação saudável. Devolva aos alunos a escolha, deixe-os escolher”, conclui.

Coimbra, 18 de setembro de 2019″