CANTANHEDE: «O Tempo Resgatado ao Mar» em exposição no Museu da Pedra

Do Museu Nacional de Arqueologia e Centro do Nacional de Arqueologia Náutica

O Museu da Pedra do Município de Cantanhede tem patente ao público «O Tempo Resgatado ao Mar», coleção de despojos arqueológicos subaquáticos que proporciona uma viagem por vários contextos e períodos de navegação, com início numa época muito anterior à nacionalidade. Resultado do trabalho de várias equipas de investigação durante mais de 30 anos, a exposição foi inaugurada em 27 de novembro, com a presença de responsáveis das entidades envolvidas, designadamente João Carlos dos Santos, Diretor Geral do Património Cultural, António Carvalho, Diretor do Museu Nacional de Arqueologia, Adolfo Silveira, Comissário Científico da exposição, e técnicos do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática.

As honras da casa estiveram a cargo da vice-presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, que, acompanhada do vereador da Cultura, Pedro Cardoso, recebeu as dezenas de convidados presentes, entre os quais Celeste Amaro, Diretora Regional da Cultura do Centro, Aidil Machado, presidente da União das Freguesias de Cantanhede e Pocariça, Duarte Azinheira, diretor de publicações da Imprensa Nacional Casa da Moeda, Ana Saturnino, Diretora do Museu Nacional Machado de Castro, e a sua antecessora no cargo, Adília Alarcão, entre outros.

Sobre «O Tempo Resgatado ao Mar», as intervenções proferidas convergiram todas no sentido de enfatizar a relevância arqueológica e o alcance cultural e pedagógico desta exposição que registou assinalável sucesso durante o período em que esteve no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, de 20 de Março de 2014 a 6 de Setembro de 2015.

Helena Teodósio sublinhou “o privilégio do Museu da Pedra com esta oportunidade que lhe é dada de proporcionar, a quem vive na Região Centro, a extraordinária viagem por um património que ilustra bem uma relação de muitos séculos com o mar”.

Segundo a vice-presidente da edilidade “esta exposição é mais um exemplo do modo particularmente assertivo como aqui se tem trabalhado para facultar o conhecimento de novos universos, arqueológicos e não só, prática que de resto tem vindo seguir desde a sua origem, em 2001, numa assinalável demonstração de ecletismo e capacidade para acompanhar o que de melhor se tem feito em Portugal no domínio da museologia”.

A este propósito, a autarca fez questão de lembrar “a importância das parcerias com diversas entidades e instituições de prestígio, com as quais tem sido possível construir uma programação diversificada e exigente, sempre com uma assinalável componente educativa, o que, em grande medida, explica o relevante estatuto desta unidade museológica comprometida com as exigências de uma função cultural que vai além da sua temática ou do seu acervo.

Agradecendo à Direção-Geral do Património Cultural, ao Museu Nacional de Arqueologia e ao Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática “a disponibilidade com que se dignaram proporcionar ao Museu da Pedra do Município de Cantanhede o desafio de descoberta de uma exposição verdadeiramente enriquecedora, estimulante e pedagógica”, Helena Teodósio deixou “um testemunho de reconhecimento a todas as pessoas que participaram na montagem da exposição, a começar pelo seu comissário científico, Adolfo Silveira, passando pela diretora do Museu da Pedra, Maria Carlos Pego, e demais funcionários da autarquia”.

Por seu lado o Diretor-geral do Património Cultural agradeceu “ao Município de Cantanhede o empenho no processo que permitiu trazer ao Museu da Pedra esta exposição”, destacando a propósito a importância das parcerias entre os museus nacionais e municipais, cujo esforço na divulgação do conhecimento e da cultura merece ser enaltecido”.

Segundo João Carlos dos Santos, “trata-se de um acervo muito rico do ponto de vista pedagógico e científico, podendo corresponder às expectativas do público em geral assim como dos estudiosos da área. A Direção-geral do Património Cultural enquanto entidade que tutela os bens culturais em Portugal, abraçou desde a primeira hora o desafio de descentralização materializado nesta exposição que valoriza o espaço onde decorre e as instituições envolvidas”, concluiu.

Usou ainda da palavra o Diretor do Museu Nacional de Arqueologia, António Carvalho, que relevou as parcerias que a entidade que dirige “tem vindo a manter ao longo dos anos com o Museu da Pedra do Município de Cantanhede”, em resultado de uma política de investimento que merece ser sublinhada”. Para aquele responsável, o excelente trabalho da autarquia na preparação, adaptação e concretização da exposição «O Tempo Resgatado ao Mar» é um bom exemplo de uma aposta na promoção da cultura, através da afetação dos recursos indispensáveis para o efeito».

 Câmara Municipal disponibiliza autocarro às escolas

Para facultar o acesso do maior número possível de jovens a esta exposição de reconhecido carácter científico e pedagógico o Município de Cantanhede cede gratuitamente às escolas do concelho um autocarro, todas as quartas-feiras. A reserva do autocarro e a marcação das visitas podem ser efetuadas no Museu da Pedra ou através do telefone 231 423 730 e do email [email protected].

 «Navios das Descobertas e Embarcações Tradicionais Portuguesas»

na Casa Municipal da Cultura

 «O Tempo Resgatado ao Mar» dá a conhecer os principais resultados obtidos pelo Centro Nacional de Arqueologia Subaquática, cujo núcleo central integra o Museu Nacional de Arqueologia, localizado no Mosteiro dos Jerónimos. As peças são oriundas de embarcações naufragadas ao longo da costa e estuários nacionais, abarcando um largo espetro cronológico, desde a época pré romana até ao século XX.

Paralelamente, no âmbito de uma parceria entre o Museu de Marinha e a Casa Municipal da Cultura de Cantanhede, este espaço museológico apresenta «Navios das Descobertas e Embarcações Tradicionais Portuguesas», exposição constituída por cerca de duas dezenas de modelos de embarcações tradicionais portuguesas. No total são 16 réplicas representativas de barcos da costa portuguesa que estiveram na génese dos conhecimentos, de construção e navegação, que os portugueses utilizaram para a grande epopeia dos descobrimentos, sendo de registar ainda a presença de reproduções dos barcos de Arte Xávega utilizados na Praia da Tocha.

Elemento de destaque nesta exposição é uma réplica, à escala, da Nau São Gabriel navio de comando da expedição de Vasco da Gama na descoberta do caminho marítimo para a Índia.