BE critica “triste cambalhota política” do PS sobre contribuição das renováveis

Na sexta-feira, o PS aprovou uma proposta do BE para alargar aos produtores de energias renováveis a Contribuição Extraordinária sobre o setor elétrico mas agora recuou porque é preciso “cooperação”.

Depois do voto a favor, ao lado da esquerda parlamentar, na última sexta-feira; hoje o PS votou contra, o PSD que tinha votado contra, absteve-se e o CDS manteve a nega.

Chumbou assim, em plenário, a proposta que tinha passado em votação, na especialidade, para alargar aos produtores de energia renovável o pagamento da Contribuição Extraordinária para o Setor Elétrico (CESE), mas hoje argumenta com a necessidade de “cooperação com as renováveis” para recuar.

Depois de desafiado, por várias vezes, pelo deputado do BE Jorge Costa a explicar “o que mudou de sexta-feira para hoje”, o socialista Luís Testa acabou por justificar a alteração do voto.

“Tendo em conta os progressos já firmámos no tecido energético nacional, conjugando posições a favor das populações, das empresas e do país. Chega a hora de continuar a investir nas energias renováveis que nos libertarão mais tarde ou mais cedo do défice tarifário. E é por isso que é necessário prosseguir o cenário de cooperação com estas empresas“.

Argumentos que não convenceram o Bloco para quem “nada mudou desde sexta-feira”.

“O que o PS sabia na 6ª feira sobre a remuneração excessiva das renováveis e sobre o custo abusivo que é cobrado aos consumidores, sabe hoje”, argumentou Jorge Costa para concluir com uma alfinetada à bancada socialista.

É com pena que assistimos a esta cambalhota triste que o PS dá na vigésima quinta hora sobre uma matéria tão importante a favor dos consumidores“.

Logo no início do debate, Jorge Costa tinha considerado que “voltar atrás com a palavra dada ou falhar às pessoas para ceder aos lóbis é o pior da política”.

Na defesa da proposta o BE justificava que “a atividade da EDP Renováveis em Portugal, apenas 7% da produção elétrica da empresa, representa 20% dos seus lucros antes de juros e impostos” e que “não é aceitável que o setor renovável continue isento de qualquer contributo para reduzir a dívida tarifária e, com ela, os custos energéticos das famílias”.

TSF