Barreiras Duarte: “Tudo isto foi um ataque não só a mim, mas a Rio”

Em entrevista exclusiva à TSF, o agora ex-secretário-geral do PSD diz que o caso do currículo resulta de golpes com origem interna e acredita que os ataques à direção de Rui Rio devem continuar

“Há pessoas que tinham influência” no PSD “e que percebem que agora [com Rui Rio] há um estilo diferente”, disse em entrevista à TSF Feliciano Barreiras Duarte, quando questionado sobre a origem dos ataques. Quanto ao objetivo dessa ofensiva, o político afirma que “o que pretendem é que o Dr. Rui Rio não tenha sucesso”.

“Vendo o que aconteceu na última semana, é fácil perceber que são ataques de pessoas que no congresso deram nota de que gostariam que Rui Rio tivesse dificuldades”, afirmou. Questionado sobre nomes concretos, o responsável limitou-se a dizer que “são por demais evidentes, sabemos quem são as pessoas” mas recusou dar nomes por não querer “dar origem a outro tipo de polémicas”.

Barreiras Duarte anunciou esta tarde a sua demissão de líder da secretaria-geral do PSD, lugar ocupado há exatamente um mês, na sequência das polémicas relativas ao seu currículo, pedido imediatamente aceite pelo líder do partido, Rui Rio.

O agora ex-secretário-geral do PSD afirma não ter “qualquer tipo de queixa” sobre Rui Rio e diz sair “de consciência tranquila” e sem “lugar a arrependimentos”, garantindo, na mesma entrevista que irá manter-se como deputado na Assembleia.

Leia aqui o comunicado de Barreiras Duarte

“Desde que assumi estas funções, tive a responsabilidade de perceber que esta função não era minha mas do PSD e que o dr. Rui Rio depositara essa confiança em mim, pelo que eu não poderia estar a prejudicar o PSD, percebendo que o que está aqui em causa é um ataque não só à minha pessoa mas ao dr. Rui Rio e a tudo o que corporiza como alternativa à atual geringonça”.

Questionado sobre a hipótese de os ataques terminarem com a sua saída, o ex-secretário-geral diz saber de “outro tipo de situações de que já se fala em relação a outras pessoas do PSD”. Ainda assim, afirma ser seu desejo que “Rui Rio prossiga o seu caminho, consolide uma alternativa diferente do passado e consiga que o PSD enfrente as próximas eleições mobilizado e com uma posição forte”.

DN