Artur Fresco foi reeleito nas últimas Autárquicas e, reempossado, passou a colocar em prática aquilo que se propôs durante a campanha eleitoral.

Fruto de uma forma sóbria de encarar a vida – incluindo a sua Presidência na Junta de Freguesia de Mira – ele procurou dar a conhecer, nesta entrevista exclusiva ao Jornal Mira Online, o que foram os primeiros tempos deste novo mandato e o que prevê para o futuro próximo.

Antes de tudo, o cidadão e o autarca são indissociáveis: em Artur Fresco não existe a dictomia político/povo: ele é político, sim, mas sente-se – como sempre se sentiu – pertencente ao mesmo povo que o reelegeu.

Leia e tire as suas conclusões…

 

Início um pouco “atribulado”

Tendo perdido o secretário Manuel Augusto dos Santos, que passou para os armazéns da Câmara Municipal de Mira, foi – antes de tudo – necessário, preencherem-se lugares na composição da nova equipa. A remodelação aconteceu dentro do previsto e ficou, então, assim constituído o novo executivo da Junta: Artur Fresco (Presidente), Carlos Costa (tesoureiro), Andreia Afonso (secretária), Vânia Rodrigues (1º vogal) e Carlos Mendes (2º vogal). Por força da mudança, também houve alteração na composição da Assembleia de Freguesia, ocupando o lugar de Presidente, Conceição Oliveira, de 1.ª Secretária, Inês Ribeiro e 2.º Secretário, António Conceição. Sónia Braguez ocupou a vaga deixada pela saída de Andreia Afonso.

“A Câmara Municipal entendeu que precisavam de uma pessoa com constância “ – diz Artur Fresco para, de seguida rematar: “Esta pessoa foi o sr. Manuel Augusto que tem por incumbência acompanhar os trabalhos desenvolvidos no terreno… é um elemento cujo perfil enquadra-se naquilo que a CM julgava importante e, após a aceitação por parte dele ao convite endereçado, tudo foi feito dentro da mais perfeita ordem. Esperamos que se dê tão bem lá como se deu aqui, na Junta, pois é um excelente profissional naquilo que se propõe a fazer!”.

 

Eleito para “voos mais altos”

Como Presidente da JF de Mira, Artur Fresco participou no XVI Congresso da ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias – que decorreu entre 26 e 28 de Janeiro, na cidade de Viseu.

Tendo sido o primeiro Congresso em que participou, Artur assume “ter gostado bastante, pois foi muito, muito concorrido e foi um local privilegiado para a troca de impressões e travar conhecimentos que, pelas qualidades das pessoas, servem também para ajudar-nos a “pensar” a Freguesia de uma forma mais ampla. Sim, valeu muito a pena… fui o único a ir do Concelho de Mira e dei por muito bem empregue o tempo que lá passei!”.

Artur Fresco podia ser um principiante nestas andanças, mas agarrou a oportunidade demonstrando aos seus pares que em 4 anos aprendeu bastante em tudo o que gira à volta de uma autarquia. Assim, foi eleito para os Órgãos Sociais da ANAFRE, ocupando o 3º lugar na lista elaborada para o Conselho Fiscal, um órgão em que todos os partidos estão representados. “Fiquei um pouco surpreso, sim. O meu nome foi proposto e bem aceite pelos restantes elementos. Se isto significou algo? Penso que foi o reconhecimento de “alguma coisa” que já fizemos. Mas, sobretudo, orgulha-me imenso pelo facto da dimensão deste cargo ultrapassar por completo a Freguesia ou o Concelho. Lá está um autarca mirense, sim, a procurar levar longe o nome da “sua” terra e a representá-la o melhor que pode e sabe perante o país”, confessa com um olhar que se move entre a satisfação e a responsabilidade.

Esta é uma posição que obrigará a um maior desgaste do autarca que terá de fazer viagens longas mais vezes do que o habitual (ainda no dia 2 de março foi a Lisboa a uma reunião do Conselho Fiscal e no dia 17 esteve em Portimão a participar no Conselho Geral). “Só depois de ter aceite é que percebi que as “coisas” iam mudar um pouco, mas sinto-me, no fundo, bastante lisonjeado pelo convite que me foi endereçado… ter o meu nome, ali, é bastante encorajador. Sinto que sou um interlocutor importante para o Município naquelas reuniões e, sinto também, que nas conversas que ali são travadas, nascem sempre assuntos que podem dar acesso a importantes acções”.

 

“Atividades da Freguesia”

A Junta de Freguesia realizou, na Casa do Povo, uma “Sessão de Esclarecimento” sobre a lei que ditava o dia 15 de Março como data final para as limpezas das matas. Artur Fresco disse ter notado na população, “uma ampla necessidade de informação e, quem melhor que os próprios técnicos para darem respostas às dúvidas colocadas?”. A propósito disto, o próprio Presidente da República, no Congresso da ANAFRE “procurou um meio-termo entre as posições dos autarcas, naquele momento, e as do governo.”.

Quanto ao cidadão Artur Fresco, ele entende que o poder central “percebeu a gravidade da situação… porém, é necessário dizer que, se a legislação que existia fosse cumprida, era mais que evitável a catástrofe que se abateu sobre o país e, particularmente, sobre a região centro. A mentalidade do “ardeu, agora já não arde” não pode jamais voltar a acontecer!”.

Outra importante notícia que o Presidente da Junta de Mira transmitiu, foi a da “candidatura conjunta, em parceria com a Câmara Municipal que foi feita em finais de 2017 e foi aprovada em Fevereiro deste ano. Esta candidatura aprovada no valor de 43.000 euros para a Junta de Freguesia de Mira, “visa a limpeza de linhas d´água, vales, etc… e denota uma profunda preocupação ambiental que temos. A limpeza dos troncos e a abertura de caudais, por exemplo, são importantes na salvaguarda da nossa floresta”.

Os incêndios… sempre os incêndios nos caminhos trilhados nos últimos meses, pela população local e, consequentemente, pelas entidades que dirigem os destinos do Concelho como um todo… “Eles atrasaram tudo” – afirma Artur Fresco – “Tudo o que estava programado acabou por ficar em segundo plano perante aquela calamidade. Mas, no contato diário com as populações, logo pudemos ver que as pessoas perceberam bem a prioridade. Isto não nos impede de termos coisas previstas por realizar, e tenham a certeza que elas irão acontecer!”.

Para começar, estão previstos cursos de formação como Produtos Fito-farmacêuticos, carta de tractores e primeiros socorros. “Outros mais poderão acontecer e as pessoas serão informadas com antecedência suficiente para pode fazerem as suas inscrições”.

 

“Relações Institucionais”

Como andam as relações da JF de Mira com a CM de Mira? Estarão elas, neste momento, tão boas como estiveram nos 4 últimos anos? Artur Fresco responde prontamente: “Como na altura da anterior entrevista, posso dizer-lhe que existe um óptimo relacionamento tanto a nível pessoal como institucional… Raul Almeida e todo o seu Executivo têm sido inexcedíveis desde a primeira hora perante as necessidades desta Freguesia! Digo mais: fico extremamente agradado por saber que a auscultação é feita por todos os vereadores.”

A “manutenção do protocolo das escolas” é, segundo o autarca, um dos exemplos de que a relação pode dar frutos sempre que ambas as entidades assim o entendam: “Mantivemos o protocolo por um motivo muito simples: porque funciona na sua plenitude! A área de reparação e manutenção é um típico exemplo de que podemos atuar mais rápido, sempre que chamados… quem ganha com isso? A comunidade escolar, no seu todo… E deve ser assim em todas as áreas possíveis, onde possamos estar presentes verdadeiramente, pois é com estes pequenos gestos que se constrói uma verdadeira comunidade local. Isto é, no fundo, o que pretendemos!”

Aguardam-se, desta forma, novas ações que farão, segundo a visão de Artur Fresco, com que os tristes dias de 2017 sejam, num futuro não muito distante, apenas um aprendizado para todos. É tempo de olhar para frente, sem esquecer o que ficou para trás. Ver, naqueles cinzentos dias de Outubro, algo mais que a tragédia… encontrar neles o motivo maior para corrigir erros, arrepiar caminho e, seguir em frente, rumo aos objetivos programados para estes quase 4 anos que ainda restam de mandato.

Artur Fresco quer coesão nas ações e o resultado delas. Quer um bom futuro para a sua Freguesia, o seu Município, as suas filhas e os filhos de todos os que por cá habitam.

Artur Fresco está na luta para vencer: quer deixar ainda mais a sua marca que começou a ser implantada no anterior mandato… quer que todos os seus concidadãos, sejam eles de que cor política for, sintam-se bem em residir na Freguesia onde ele é o mais alto mandatário!

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